A taxação de até 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos EUA Donald Trump gerou repercussão imediata no Congresso Nacional e aprofundou o racha entre governo e oposição. Em debate acalorado no programa CNN Arena, os deputados federais Marcel Van Hattem (NOVO-RS) e Rogério Correia (PT-MG) trocaram acusações duras, transformando a política internacional em campo de batalha da disputa ideológica brasileira.
Enquanto a esquerda denunciou a medida como “ataque ao Brasil” e defendeu uma resposta “dura e unificada” por parte do governo Lula, a direita apontou o próprio governo brasileiro como responsável pelo desgaste nas relações diplomáticas com os Estados Unidos, ao acusar Lula, o STF e o PT de perseguirem opositores e “bajularem ditadores”.
O deputado Marcel Van Hattem classificou a taxação como uma “reação previsível” à postura internacional do governo Lula. Para ele, o Brasil tem se afastado de aliados tradicionais e se aproximado de regimes autoritários. “O governo Lula bajula ditadores corruptos, como foi o caso do Irã, da Nicarágua, da Venezuela. Isso rebaixa o Brasil perante o mundo democrático”, criticou Van Hattem.
O parlamentar afirmou ainda que as decisões do Supremo Tribunal Federal, especialmente do ministro Alexandre de Moraes, têm causado mal-estar diplomático ao interferirem em questões sensíveis envolvendo empresas e cidadãos estrangeiros. “O Alexandre de Moraes está pedindo prisão de cidadãos americanos em solo americano. Isso viola tratados internacionais e provoca reações como essa”, completou.
Do lado oposto, o deputado Rogério Correia reagiu com veemência e classificou as falas de Van Hattem como “viralatismo em relação ao imperialismo americano”. Ele acusou a oposição de defender um governo estrangeiro em detrimento do povo brasileiro. “Trump quer interferir na política brasileira e impor uma tarifa absurda. E ainda assim tem deputado no Brasil fazendo moção de louvor a ele. Isso é ser trumpista, não brasileiro”, disparou.
Correia afirmou que a taxação prejudicará diretamente os empresários e trabalhadores brasileiros e disse esperar uma resposta firme do governo Lula. “O Brasil precisa reagir com soberania. É hora de fortalecer os BRICS e não se curvar ao capricho do imperialismo americano”, declarou.