Vereadores criticam retrocesso no orçamento da Cultura e do Esporte durante debate da LOA 2026

Foto: Portal Correio online 

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O debate da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 colocou dois parlamentares em sintonia na Câmara Municipal de Rio Branco, na manhã de segunda-feira, 1º. Os vereadores Fábio Araújo (MDB) e André Kamai (PT) convergiram na avaliação de que o orçamento enviado pela Prefeitura representa um retrocesso para as políticas de Cultura e Esporte no próximo ano.

Fábio Araújo foi o primeiro a tocar no assunto e não poupou críticas ao valor destinado ao Fundo Municipal de Cultura, previsto em apenas R$ 100 mil. Segundo ele, a cifra não cobre sequer as demandas do Movimento Junino, representado na audiência por coordenadores e membros das quadrilhas. “O Fundo Municipal de Cultura só tem R$ 100 mil de investimento em 2026”, afirmou. O parlamentar lembrou que só o circuito junino custaria cerca de R$ 1 milhão, evidenciando a distância entre a realidade e o orçamento apresentado.

No Esporte, o cenário é ainda mais limitado. O Fundo Municipal de Esporte aparece na LOA com apenas R$ 50 mil, o que levou Araújo a classificá-lo como “retrocesso imenso”. Ele também questionou a situação da recém-criada Secretaria Municipal de Esporte, que conta com orçamento de R$ 1,8 milhão. “Como é que eu vou garantir o funcionamento de uma secretaria que tem um quadro de servidores trabalhando, mas não tem orçamento?”, criticou.

Pouco depois, André Kamai aprofundou a discussão, ampliando o debate para o campo das prioridades da gestão municipal. Para ele, o problema não está apenas nos valores reduzidos, mas na forma como o orçamento tem sido elaborado e apresentado à população. “Se o povo não vai até nós, a gente precisa ir até o povo. A participação popular não aconteceu porque não houve confiança de que esse debate teria efetividade”, afirmou, ao comentar a baixa adesão à consulta pública da Prefeitura, que registrou 207 respostas — menos de 1% da população.

Kamai reforçou a importância das quadrilhas juninas e da economia que o movimento gera, comparando o impacto cultural ao orçamento destinado ao calendário de fim de ano. “A Liga de Quadrilhas sozinha movimenta R$ 5 milhões na economia, mas o orçamento previsto para toda a cultura é praticamente o mesmo valor que o Município gasta em luzes do Natal”, disse o vereador, levantando aplausos discretos do público presente.

O parlamentar do PT também criticou o que chamou de “orçamento de fim de gestão”, citando a queda no volume de investimentos e a criação de estruturas administrativas com orçamento simbólico. “O orçamento da Comunicação tem mil reais, enquanto os contratos ficam concentrados na Casa Civil”, lembrou, como exemplo de distorções que, segundo ele, comprometem a coerência da peça orçamentária.

Apesar das abordagens diferentes, os dois vereadores apontaram para o mesmo diagnóstico: cultura e esporte ficaram fragilizados na proposta enviada ao Legislativo, colocando em risco ações que envolvem juventude, inclusão social, economia criativa e atividades comunitárias.

Ambos afirmaram que seguirão discutindo o tema nas comissões e durante a votação final. “Os dados apresentados precisam ser revistos para que o orçamento reflita as demandas mais urgentes da população”, concluiu Fábio Araújo, ecoando a posição de Kamai de que as prioridades precisam ser reorganizadas para 2026.

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