Vale do Juruá ganha megacomplexo de café com apoio do governo federal

Foto Divulgação

O município de Mâncio Lima, no Vale do Juruá, será palco de um marco para o setor cafeeiro da Amazônia. No próximo dia 28 de junho, será inaugurado o maior complexo industrial de café da Região Norte, fruto de parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Cooperativa de Café do Juruá (Coopercafe).

Com investimento superior a R$ 10 milhões — sendo R$ 8 milhões da ABDI e R$ 2 milhões da cooperativa —, o empreendimento consolida a força crescente da cafeicultura familiar no Acre. A cerimônia contará com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida.

A estrutura faz parte do Projeto Café Amazônia Sustentável, vinculado à Nova Indústria Brasil (NIB), e tem como foco a industrialização de cadeias produtivas sustentáveis. Em tempo recorde, a construção foi concluída em 1 ano e 4 meses. “Nenhuma obra pública no Acre ficou de pé em tão pouco tempo”, destacou Perpétua Almeida.

Com capacidade para beneficiar até 20 mil sacas de café por ano, o complexo deve gerar um faturamento estimado em R$ 4 milhões ainda em 2025. Atualmente, a Coopercafe reúne mais de 150 produtores, e a expectativa é de que o número ultrapasse 200 famílias até o fim do ano, alcançando cerca de 1,5 mil pessoas diretamente envolvidas.

A testagem dos equipamentos — como secadores, peneiras e descascadores — foi realizada no mês passado, coincidente com a colheita da primeira safra. O produtor Orlenilson Viana comemorou o avanço: “É um sonho que se torna realidade. Agora conseguimos dar mais qualidade ao nosso café e agregar valor ao nosso trabalho.”

Além do impacto direto na região do Juruá, a ABDI negocia a expansão do projeto com a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre). A nova fase pretende ampliar o modelo para mais dez municípios: Rio Branco, Porto Acre, Plácido de Castro, Acrelândia, Senador Guiomard, Capixaba, Xapuri, Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil.

A iniciativa consolida a cafeicultura como uma das novas fronteiras sustentáveis da economia acreana, com base no cooperativismo, na inovação tecnológica e na valorização da produção familiar.

Compartilhar