O avanço das síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) segue pressionando o sistema de saúde do Acre. Somente no mês de maio, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2º Distrito de Rio Branco registrou mais de 8,8 mil atendimentos relacionados a sintomas gripais e infecções respiratórias.
Os dados foram divulgados pela coordenação da unidade e mostram crescimento expressivo nos últimos meses: 7,5 mil atendimentos em março, 8,2 mil em abril e quase 9 mil em maio. Segundo o médico Moisés Menezes, o vírus sincicial respiratório (VSR) tem sido o principal agente causador, principalmente entre bebês e crianças pequenas.
O aumento dos casos levou o governo do Estado a decretar situação de emergência em saúde pública no dia dez de maio. O documento, assinado pelo governador Gladson Cameli, cita a “procura exponencial por atendimento e a alta ocupação de leitos pediátricos”.
Até a última quinta-feira, 29, o painel de leitos da Sesacre indicava 65 dos 70 leitos infantis ocupados, além de 15 dos 20 leitos de UTI preenchidos. Como resposta, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou, no dia 27 de maio, a ampliação em dez leitos de enfermaria no Hospital da Criança, em Rio Branco.
Vírus e cuidados
O período entre abril e julho é o mais crítico para doenças respiratórias. Além do VSR, circulam vírus como Rinovírus, Influenza A e B, Adenovírus e o SARS-CoV-2 (Coronavírus).
A bronquiolite, doença respiratória que afeta principalmente crianças menores de dois anos, começa com sintomas leves, como coriza e tosse, mas pode evoluir para dificuldade respiratória e chiado no peito. Um dos sinais de agravamento é o afundamento do pescoço ao respirar, conhecido como retração de fúrcula.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o VSR é responsável por até 80% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias em bebês. A vacina contra o vírus já está disponível na rede privada, e o SUS deverá oferecer o imunizante em breve.
Entre as principais orientações médicas para proteger bebês e crianças contra síndromes respiratórias estão medidas simples, mas eficazes: lavar as mãos com frequência antes de manusear a criança, evitar ambientes fechados ou com presença de fumaça de cigarro, manter distância de pessoas com sintomas gripais e desinfetar regularmente superfícies e objetos de uso comum. Crianças prematuras, com problemas cardíacos ou pulmonares ou com histórico familiar de doenças respiratórias fazem parte dos grupos de maior risco e exigem atenção redobrada.