Foto: Câmara dos Deputados
A federação União Progressista, formada por União Brasil e Progressistas (PP), anunciou nesta terça-feira (2) a saída da base de apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão determina que todos os filiados com cargos no Executivo, incluindo os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), entreguem seus postos até o fim de setembro. O descumprimento da regra pode resultar em sanções internas e até expulsão partidária.
O comunicado representa uma ruptura significativa na articulação política do Palácio do Planalto, que vinha enfrentando cobranças por maior alinhamento dos partidos do Centrão. A tensão se agravou após críticas públicas de Lula às legendas e pela condução de temas sensíveis, como a instalação da CPMI sobre fraudes no INSS e a discussão em torno da isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil.
Segundo dirigentes, a determinação vale para todos os detentores de mandato ou filiados que ocupem funções no governo federal. Além da saída dos ministros, interlocutores indicam que novas renúncias devem ser oficializadas ainda nesta semana.
O movimento ocorre em paralelo ao anúncio de que a federação apoiará um projeto de anistia com potencial de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão reforça o distanciamento da base governista e marca um realinhamento estratégico de olho nas eleições de 2026.
Apesar da saída formal, União Brasil e Progressistas ainda mantêm influência em outras pastas por meio de quadros ligados aos partidos, como nos ministérios das Comunicações e do Desenvolvimento Regional, comandados por nomes com forte ligação às legendas. Essa permanência, no entanto, deve se tornar alvo de novas pressões do Planalto. (Com informações do UOL)