Três gerações trabalhando juntas: o empreendimento pode fechar?

Mercado Luiz Galvez

O mantra do prefeito Sebastião Bocalom é dignidade cujo significado nos remete a termos como respeito, honra e nobreza. E o trabalho é a melhor e maior forma de expressar tudo isso, como já dizia um poeta e cantor da música popular brasileira. Vamos contar um pouco da história dessas mulheres, que, há 31 anos, tiram o sustento de suas famílias trabalhando com pensões (venda de alimentos).

Elas possuem dois boxes no Mercado Luiz Galvez, na região da Baixada da Sobral. A matriarca, Maria Jorgete Ferreira dos Santos, de 61 anos, afirma que o movimento já foi bom há cerca de 15 anos, período em que existiam, nas proximidades do local, uma casa lotérica e um ponto de “freteiros” que levavam e traziam agricultores da estrada Transacreana. “Para piorar a situação, inauguraram um restaurante popular aqui na nossa biqueira”, criticou ela.

As reclamações da permissionária não param aí. Ainda segunda ela, os de quiosques da Praça da Semsu, estariam também vendendo pratos feitos. “Eles só poderiam vender lanches, sopas e churrasquinhos”, criticou dona Maria, acrescentando que a pandemia também agravou a baixa no movimento. “O mercado fecha aos finais de semana. Onde já se viu isso?, questiona a filha de Maria Jorgete, Sandy dos Santos Sena, 42 anos, informando que, de mercado, o Luiz Galvez só tem as pensões. “Aqui não tem carne, peixe, verduras ou frutas”.

Além dela, Sandy emprega a filha e o genro, o que, em sua opinião, faz de seu negócio uma referência para o poder público. Já me falaram numa tal de economia solidária, programa que, se apoiado pelos governantes, mantém os pequenos negócios abertos porque, em minha opinião, o melhor programa social é o emprego”, disse a comerciante, enquanto revirava carnes na chapa. “O nosso mercado já existe há mais de 40 anos. Não tinha e não tem outro local para instalar esse restaurante popular”?

O outro lado

O administrador do local, Edmison Lima da Silva, disse que o restaurante popular atende a um público que não tem dinheiro para se alimentar, fato que não afetou o movimento nas pensões. “Tem pessoas que pedem R$ 2 reais para comprar o tiket”, exemplificou ele. Quanto à volta dos freteiros, garantiu que o “ônibus do Zé Andrade” vai voltar para o local, bem como os demais donos de vans e toyotas. “Estou correndo atrás”.

No tocante à casa lotérica, disse que o proprietário da concessão, por dois anos, procurou e não encontrou um ponto nas proximidades do mercado, fato que o obrigou a se estabelecer em outro local. “Neste momento, ele não pode sair de lá porque tem um contrato de locação, que precisa ser horando”, explicou o gestor, que ainda acrescentou: “é uma das minhas lutas porque, além de outros fatores, aqui é o local mais apropriado”.

Por fim, Edmilson também esclareceu a situação dos vendedores externos (quiosques), que também são permissionários da prefeitura. “Foi liberado para vender pratos feitos dentro e fora do mercado, da mesma forma que se pode vender lanches nos boxes internos”, concluiu Silva, anunciando que, nos próximos meses, o prédio e as cercanias do local passarão por uma reforma.

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