Transporte público de Rio Branco afunda com milhões em subsídios, denuncia Fábio Araújo

Foto Rede social

“A empresa de ônibus do Rico é a verdadeira vaca mecânica do prefeito de Rio Branco”. A declaração do vereador Fábio Araújo (MDB), feita na tribuna da Câmara Municipal, na sessão de quinta-feira, 10, reacendeu o debate sobre a atuação da empresa responsável pelo transporte coletivo na capital. Segundo o parlamentar, a concessionária estaria recebendo recursos públicos em larga escala, sem, no entanto, oferecer melhorias perceptíveis à população.

Segundo o vereador, mesmo após o dia dez, motoristas e cobradores ainda não haviam recebido seus vencimentos. Em discurso, ele questionou: “Qual é o trabalhador que tem autoestima pra sair de casa, tomar aquele banho gelado e ir trabalhar sem receber?”.

Fábio Araújo também afirmou que a empresa já teria recebido mais de R$ 100 milhões em subsídios da Prefeitura de Rio Branco nos últimos anos, além da receita arrecadada com tarifas. Ainda segundo ele, se somados os aportes públicos e a arrecadação direta, os valores ultrapassariam R$ 200 milhões.

O vereador questionou ainda a efetividade desse investimento diante da continuidade de problemas como frota sucateada, atrasos nas linhas e falhas operacionais. “E o que a cidade recebeu em troca?”, indagou.

Edital da nova licitação segue indefinido

Outro ponto levantado pelo parlamentar foi a ausência do edital da nova licitação para o transporte coletivo, prometido pela gestão municipal. Ele destacou que o tema vem sendo discutido na Casa Legislativa, mas que ainda não houve encaminhamento concreto por parte da prefeitura. “Tivemos uma oportunidade de discutir o sistema com responsabilidade, mas preferiram o improviso”, afirmou.

Nos bairros Sobral e Aeroporto Velho, moradores relatam intervalos de até 1h30 entre os ônibus, segundo vídeos e denúncias que chegaram ao gabinete do vereador. Ele associou o problema à insuficiência da frota e questionou a ausência de investimento. “Se tivesse investimento, a gente discutia. Mas cadê os novos ônibus?”, afirmou durante a sessão.

Por fim, o vereador questionou a fiscalização do contrato com a empresa e a necessidade de maior transparência na gestão do serviço. Segundo ele, o consórcio segue operando sem apresentar renovação de frota e sem melhorias visíveis à população.

Além disso, o parlamentar demonstrou preocupação com a possibilidade de novos aportes financeiros emergenciais à empresa, como os registrados em 2024, quando mais de R$ 5 milhões foram repassados no primeiro trimestre do ano.

“Se contratou, tem que pagar. Mas se não tem como pagar, por que contratou? Quem achou esse buraco de R$ 1 milhão no orçamento da empresa?”, questionou o vereador, defendendo a apuração dos repasses e da prestação de contas da operadora.

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