“Transporte coletivo em Rio Branco é esquema bilionário sem transparência”, denuncia André Kamai

Foto: Correio online

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O vereador André Kamai (PT) voltou a denunciar a crise no transporte coletivo de Rio Branco durante a sessão na Câmara Municipal de Rio Branco, na quarta-feira, 27. Na oportunidade, ele destacou a falta de transparência da Prefeitura, que mantém desatualizado desde 2020 o portal com informações sobre o sistema de ônibus.

Segundo o parlamentar, o transporte já movimentou mais de R$ 200 milhões, sendo que metade desse valor saiu dos cofres públicos na forma de subsídios. “É o maior e mais escandaloso esquema dessa prefeitura. Não sabemos quanto é pago, arrecadado ou investido”, afirmou.

Kamai revelou ainda que uma empresa chamada São José, proprietária de 50 ônibus que circulam hoje em Rio Branco, cobra da Rico, responsável pela operação do sistema, uma dívida de R$ 3 milhões. A própria empresa enviou ofícios à Prefeitura solicitando documentos básicos, como cadastro da frota, estudo técnico da tarifa, contrato de concessão, valor dos subsídios e arrecadação do sistema, mas até agora não obteve resposta. Para o vereador, a omissão da gestão municipal reforça a gravidade da situação.

Debate entre estudantes

O parlamentar exibiu um vídeo gravado na Universidade Federal do Acre (UFAC), em que estudantes relatam o sofrimento diário para chegar às aulas. Depoimentos emocionados falam de ônibus lotados, atrasos, cansaço e até fome.

“É gente chorando de fome, gente chorando de cansaço, ônibus lotado, gente ficando no ponto”, descreveu uma das alunas. Para André Carvalho, esse retrato confirma o descaso com a população. “O transporte público de Rio Branco é péssimo, desastroso e marcado pela incompetência e, provavelmente, por corrupção”, disse.

O vereador também destacou que a Prefeitura deixou vencer o prazo legal para uma nova licitação e mantém a Rico à frente do sistema há cinco anos sem concorrência. Para ele, a falta de licitação e a ausência de informações públicas demonstram que há muito a esconder. “Esse silêncio só reforça a suspeita de irregularidades e de que a população está sendo duplamente lesada: pelo péssimo serviço e pelo uso indevido de recursos públicos”, concluiu.

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