Tomate lidera consumo global e movimenta a economia brasileira

Foto Divulgação

O IMPÉRIO VERMELHO

O tomate não é apenas presença garantida nas panelas dos brasileiros — ele é a fruta mais consumida do planeta. A produção global ultrapassa 60 milhões de toneladas por ano, superando a banana em mais de 16 milhões de toneladas. Esse desempenho se explica pela versatilidade do alimento, presente em pratos quentes, saladas, molhos, sucos, produtos industrializados e até cosméticos.

No Brasil, a produção gira em torno de 3,7 milhões de toneladas anuais, com destaque para os estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Diferentemente de outras frutas, o tomate brasileiro tem consumo quase exclusivamente interno, abastecendo desde grandes centros urbanos até feiras e quitandas do interior.

Segundo a Embrapa, mais de 70% da produção nacional é realizada por pequenos e médios agricultores, com forte participação da agricultura familiar. As variedades mais plantadas são o tomate de mesa, voltado ao consumo in natura, e o tomate industrial, base para molhos, extratos e derivados.

Além da importância econômica, o tomate também se destaca por seus benefícios à saúde. Rico em licopeno, um antioxidante natural, o alimento é aliado na prevenção de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, tornando-se peça-chave da alimentação saudável recomendada por nutricionistas.

Tomate rompe mitos no Acre

No Estado, apesar do clima desafiador da Amazônia, a cultura vem ganhando espaço com técnicas adaptadas à realidade local. De Rio Branco ao Vale do Juruá, iniciativas com estufas protegidas, irrigação e cultivares específicas estão transformando a paisagem agrícola e derrubando antigos mitos sobre a viabilidade da produção.

Em Rio Branco, pelo menos três polos comunitários se destacam: Polo Benfica, onde produtores familiares utilizam estufas de 500 m² com cobertura plástica e irrigação por gotejamento; e Polo Hélio Pimenta e Polo Geraldo Fleming, que seguem o mesmo modelo com apoio técnico do Sebrae, Embrapa, UFAC e Secretaria de Agricultura e Floresta (Safra).

Cada unidade dessas áreas produz de quatro a cinco toneladas por safra, com variedades adaptadas como Space Star.

No Vale do Juruá, municípios como Jordão, Mâncio Lima e Santa Rosa também entraram na rota do tomate. A técnica conhecida como “Tomate no Balde” é uma das soluções mais criativas para áreas de difícil acesso: utiliza baldes com substrato orgânico e irrigação caseira. Com custo médio de R$ 4 por balde, cada planta pode render de 8 a 12 kg de tomate, sem uso de agrotóxicos.

Ciência e adaptação local

Pesquisas do IFAC e da UFAC mostram que cultivares como Santa Cruz e IPA 6 se adaptam bem ao cultivo protegido no Acre. Além disso, o uso de substratos como esterco bovino e casca de arroz carbonizada acelera o crescimento das plântulas.

A UFAC e a Embrapa Acre acompanham o avanço da cultura com monitoramentos técnicos e orientação sobre variedades mais resistentes ao clima amazônico.

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