SUS Animal: Projeto de atendimento veterinário gratuito avança em cidades brasileiras e inspira debate nacional

Iniciativa visa democratizar o acesso à saúde animal, reduzir o abandono e ajudar famílias de baixa renda

Um projeto inovador começa a ganhar força em diversas cidades brasileiras: o SUS Animal, um sistema público de atendimento veterinário gratuito que busca oferecer consultas, exames, medicamentos e até cirurgias básicas para animais de estimação de famílias em situação de vulnerabilidade.

Inspirado no modelo do Sistema Único de Saúde (SUS), o projeto já está em andamento em municípios como São Caetano do Sul (SP), que se tornou referência nacional ao inaugurar uma farmácia veterinária pública e ampliar a rede de atendimento gratuito para cães e gatos.

Além da cidade paulista, outras capitais e municípios, como Recife (PE) e Salvador (BA), também discutem a implementação de políticas semelhantes, com unidades móveis, centros de castração e campanhas de vacinação para animais domésticos.

“O SUS Animal não é apenas uma política pública para os pets, mas uma iniciativa de proteção à saúde coletiva, à dignidade das famílias e ao meio ambiente. Zoonoses e abandono animal são questões que também afetam a sociedade”, destaca a médica veterinária Camila Ramos, uma das idealizadoras do projeto em São Caetano.

O SUS Animal oferece uma ampla gama de serviços gratuitos, incluindo consultas com veterinários, realização de exames laboratoriais e de imagem, cirurgias básicas, castrações, distribuição de medicamentos, vacinação, microchipagem e orientações para tutores sobre cuidados, bem-estar e saúde preventiva dos animais.

Parcerias e estrutura

O programa funciona por meio de convênios entre prefeituras e o Ministério da Saúde, com apoio de conselhos de medicina veterinária, universidades públicas, ONGs e voluntários. A ideia é criar uma estrutura fixa e móvel que atenda comunidades vulneráveis, sem custo para os tutores.

Além da saúde dos animais, a proposta combate o abandono, evita a proliferação de doenças zoonóticas, promove o controle populacional ético e contribui para uma relação mais humanizada entre pessoas e animais.

Apesar do sucesso nas cidades-piloto, especialistas apontam a necessidade de um marco legal federal que consolide o programa e garanta recursos permanentes. Projetos de lei nesse sentido já tramitam no Congresso Nacional.

“O Brasil precisa reconhecer que saúde animal também é saúde pública. O SUS Animal pode se tornar uma política estruturante se houver vontade política e investimento”, avalia o deputado federal André Ferraz (PSB-SP), autor de uma das propostas em análise.

E o Acre?

No estado do Acre, ainda não há unidades do SUS Animal em funcionamento, mas o tema começa a entrar na agenda de defensores da causa animal. Organizações e protetores independentes pressionam gestores municipais a aderirem à ideia e buscarem recursos federais.

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