Surto de bronquiolite lota Hospital da Criança e obriga ampliação de leitos no Acre

Foto ilustrativa[1]

Com o aumento expressivo dos casos de bronquiolite no Acre, a rede pública de saúde precisou reforçar a estrutura hospitalar voltada ao atendimento infantil. Ao menos 67 crianças estão internadas no Hospital da Criança, em Rio Branco, com sintomas graves de infecções respiratórias. Dessas, 17 ocupam leitos de UTI pediátrica, enquanto outras 50 estão em tratamento clínico.

A bronquiolite, que tem como principal causador o vírus sincicial respiratório (VSR), representa hoje uma das maiores ameaças à saúde de bebês no estado. Segundo a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), cerca de 80% dos casos registrados estão ligados a esse agente viral, que compromete as vias aéreas inferiores e pode levar à insuficiência respiratória.

Diante do cenário, o governo estadual anunciou a ativação de 20 novos leitos de UTI semi-intensiva e outros 10 de enfermaria, instalados no prédio do Into-AC, onde atualmente funciona o Hospital da Criança. A medida visa evitar colapsos no atendimento pediátrico em plena sazonalidade das síndromes respiratórias.

Entenda a doença

A bronquiolite é uma infecção viral aguda que acomete principalmente crianças com menos de dois anos de idade. Segundo a médica intensivista pediátrica Elizabeth Souza, quanto menor a idade da criança, maior o risco de complicações. “O principal sinal de alerta é a dificuldade para respirar. Crianças que respiram rápido, com barulho, ou que apresentam retração nas costelas ou no pescoço devem ser levadas ao hospital imediatamente. Em muitos casos, é necessário oxigênio e hidratação intensiva”, explicou.

Entre os sintomas iniciais estão febre, tosse, coriza, irritabilidade e dificuldade para se alimentar. Sem o tratamento adequado, o quadro pode evoluir para chiado no peito, cansaço extremo e coloração azulada nos lábios, indicando baixa oxigenação.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o VSR também está presente em até 40% dos casos de pneumonia em crianças menores de dois anos.

Prevenção e novas estratégias

Para conter a propagação do vírus, o Ministério da Saúde anunciou recentemente a inclusão de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde: um anticorpo monoclonal e uma vacina para gestantes que pode oferecer imunidade passiva aos bebês nos primeiros meses de vida. Até então, a vacina estava disponível apenas na rede privada.

Enquanto a vacinação pública não começa, médicos reforçam medidas preventivas simples, mas eficazes:

– Higienização constante das mãos antes de manusear o bebê;

– Evitar locais fechados ou com aglomeração;

– Manter o ambiente bem ventilado;

– Não expor a criança a fumaça de cigarro;

– Evitar contato com pessoas gripadas;

– Desinfetar objetos e superfícies com frequência;

– Prematuros e crianças com doenças cardíacas ou pulmonares fazem parte do grupo de risco e merecem atenção redobrada.

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