STJ anuncia possível julgamento de Gladson Cameli ainda este ano

Foto: Felipe Freire/Secom

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O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), suspeito de liderar um esquema de corrupção relacionado a obras públicas no estado, pode vir a ser julgado em breve pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A fase de alegações finais foi concluída em maio, e a ministra relatora — Nancy Andrighi — acabou de dar mais um passo no caso.

Na quarta-feira, 6, por meio de despacho, ela concedeu um prazo de cinco dias às partes envolvidas para informar se planejam apresentar recursos audiovisuais durante o julgamento — ou seja, áudios, vídeos ou outros meios que queiram exibir em seu favor.

Em seguida, o processo será encaminhado para o revisor do caso, o ministro Otávio Noronha, que tem a atribuição de incluir o julgamento na pauta. Fontes do próprio STJ indicam que o caso pode ser incluído nas discussões ainda antes do recesso do Judiciário, ou seja, até o final de 2025.

Se for pautado, esse será o primeiro processo criminal julgado no STJ envolvendo Cameli, embora ele responda a outros casos. De acordo com o andamento judicial, até o fim do ano permanecem vigentes algumas medidas cautelares, como a proibição de contato com testemunhas e outros investigados, retenção do passaporte (impedindo-o de sair do país) e restrições financeiras, que limitam movimentações de valores. Mesmo diante dessas restrições, o STJ não acatou o pedido da PGR para afastar Cameli do cargo de governador.

A denúncia, protocolada pelo Ministério Público Federal (MPF), aponta que Cameli e outras doze pessoas respondem por crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, dispensa indevida de licitação e organização criminosa. Entre os acusados estão servidores estaduais, agentes privados e também membros da família do governador — sua ex-mulher, dois irmãos e dois primos são mencionados como supostos envolvidos.

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