STJ aceita denúncia do MPF contra Gladson Cameli; ele se mantém no cargo

Foto: Sérgio Vale

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A Corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, acatou a denúncia do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Ptolomeu, contra o governador Gladson Cameli. A ministra relatora Nancy Andrighi elencou os crimes de Peculato, Desvio, Pertencimento a Organização Criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Com isso, Cameli deixa de ser investigado e se torna réu em um processo.

Andrighi também prorrogou as medidas cautelares do governador por um ano, a indisponibilidade de bens e negou o pedido de afastamento do governador. Neste último caso, a ministra deixou em aberto a possibilidade, caso, no decorrer dos demais processos, seja identificada alguma irregularidade. O entendimento da magistrada foi acatado pelos demais ministros.

Defesa de Gladson Cameli

O advogado do governador, Pedro Ivo, fez a sustentação na sessão afirmando que pela primeira vez Cameli pode se defender das acusações imputadas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

“É a primeira vez que Gladson vai ter alguma voz no âmbito da investigação. Até o momento o governador não foi chamado pela PF para prestar qualquer esclarecimento. Hoje com 46 anos, empresário, já foi deputado, senado e atualmente governador no segundo mandato, nunca tinha respondido qualquer processo”, disse.

Ivo enfatizou que a investigação da Operação Ptolomeu foi enviesada pela Polícia Federal, que supostamente usurpou a Corte quebrando o sigilo da família do governador.

“A PF tenta implantar uma intervenção branca, não foi dada o afastamento do governador, mas bens foram bloqueados. E repito, o governador jamais foi ouvido. Uma denúncia de 179 paginas de excesso acusatório. Fatos que não tem relação com acusação e um excesso de capitulação que claramente tem condutas absorvidas por outras. Tudo com o objetivo de criar um terrorismo. O que se refere ao governador, é inócuo. Inicialmente havia um pedido de afastamento. Esse pedido morre de causa natural porque o MPF não defendeu na defesa oral”, frisou o defensor, lembrando que o filho de 6 anos do chefe do Poder Executivo foi investigado. O advogado defendeu que a denúncia e o pedido de afastamento fossem rejeitados pelos magistrados.

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