Lula Marques/ Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta segunda-feira (9), aos interrogatórios dos réus apontados como integrantes do núcleo central de uma suposta trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro a ser ouvido é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro.
A oitiva ocorre no âmbito da ação penal relatada pelo ministro Alexandre de Moraes e está sendo transmitida ao vivo pela TV Justiça. Cid, que é delator no processo, deve prestar o depoimento mais longo da semana, ocupando toda a sessão desta segunda-feira. O militar é apontado como peça-chave na articulação do suposto plano golpista e já forneceu informações consideradas relevantes nas investigações conduzidas pela Polícia Federal.
Na sequência, os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética. Veja a lista:
- Mauro Cid – tenente-coronel e delator;
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto – general e ex-ministro da Casa Civil.
As oitivas seguem até sexta-feira (13), com a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e das defesas, que também poderão fazer perguntas. Os réus têm o direito constitucional de permanecer em silêncio, caso entendam que alguma resposta pode incriminá-los.
O único depoimento remoto será o do general da reserva Walter Braga Netto, que está preso desde dezembro de 2024 por suspeita de tentar interferir nas investigações, inclusive acessando informações da delação de Mauro Cid. Ele foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.
Os interrogatórios representam uma das etapas finais do processo. O julgamento que vai definir a responsabilidade penal dos acusados está previsto para o segundo semestre deste ano. Se condenados, os réus podem enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão.
Com informações Agência Brasil