O Brasil enfrenta, em 2025, um aumento expressivo nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com registros significativamente superiores aos dos dois anos anteriores. Dados do boletim InfoGripe, divulgado na quinta-feira, 12, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam um crescimento de 91% nos casos entre as semanas epidemiológicas 19 e 22, na comparação com o mesmo período de 2024.
Em meio ao alerta nacional, o Acre se destaca por apresentar sinais iniciais de estabilização. A análise da Semana Epidemiológica 23, que abrange os dias 1º a 7 de junho, mostra o estado entre os poucos do país com tendência de desaceleração na curva de notificações. Tocantins, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e o Distrito Federal também integram esse grupo.
Apesar desse indicativo positivo, o volume de hospitalizações por SRAG no Acre segue elevado. A presença de vírus respiratórios como influenza A e o vírus sincicial respiratório (VSR) tem pressionado os serviços de saúde, especialmente entre crianças e idosos.
Nas quatro semanas mais recentes analisadas, 45,5% dos casos positivos foram causados por VSR e 40% por influenza A. Também foram registrados casos de rinovírus (16,6%), influenza B (0,8%) e Sars-CoV-2 (1,6%). Entre os óbitos associados à SRAG, a influenza A foi a principal causa, presente em 75,4% das mortes com identificação laboratorial.
Segundo o levantamento nacional, 21 das 27 unidades federativas estão em níveis de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento sustentado. Capitais como Manaus, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador apresentam forte avanço dos casos, exigindo medidas de contenção e atenção redobrada dos gestores públicos.
Até o início de junho, o Brasil registrou 93.779 notificações de SRAG em 2025, das quais 50,5% resultaram positivas para vírus respiratórios. Outros 34,4% deram negativo e 8,4% ainda aguardam resultado.
A maior incidência ocorre entre crianças pequenas, idosos e adultos, com o vírus sincicial respiratório predominando entre os mais jovens e a influenza A sendo mais comum nos mais velhos.
Especialistas alertam para a importância da vacinação contra a gripe, além da manutenção de cuidados como etiqueta respiratória, higiene das mãos e uso de máscara em ambientes hospitalares ou com aglomerações.