“Sobrevivência para quem vive no campo”, diz Fátima Maciel sobre cooperativismo

Fotio: Ascom Kamai

Foto: Ascom Kamai

A diretora da Organização das Cooperativas Brasileiras no Acre (OCB/AC) e presidente da UniCAP (Central de Cooperativas da Agricultura Familiar), Fátima Pedrosa Maciel, destacou durante audiência pública na Câmara Municipal de Rio Branco que o cooperativismo é mais do que um modelo de produção — é uma forma de sobrevivência para quem vive no campo.

Em um discurso repleto de memórias e experiências pessoais, Fátima relembrou o tempo em que as comunidades rurais viviam da troca direta de produtos e comparou esse costume ao espírito cooperativista de hoje. “Antes, a gente chamava de adjunto. Um trocava castanha, outro trocava lenha, outro pano. Era o jeito de sobreviver. Hoje chamam isso de cooperar. O nome mudou, mas o sentido continua o mesmo: ninguém cresce sozinho”, disse.

Ela explicou que a UniCAP nasceu em 2011 da união de pequenos produtores que buscavam se organizar para enfrentar dificuldades históricas no campo. “No começo, éramos 48 produtores sem documento, sem saber por onde começar. A OCB nos acolheu, nos formou e nos ensinou a nos organizar. Hoje temos uma central consolidada, mas ainda lutamos com velhos desafios: ramais ruins, dificuldade de crédito e burocracia para acessar programas e emendas”, relatou.

Fátima também defendeu a criação de uma frente municipal de apoio às cooperativas e pediu igualdade nas políticas públicas voltadas ao setor. “Enquanto um fazendeiro consegue milhões em poucos dias, o agricultor familiar espera anos pra comprar um trator. Mesmo assim, seguimos firmes. O cooperativismo é a alma da Amazônia que resiste”, concluiu.

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