Foto Contilnet
No cenário de incertezas globais, onde o chamado “tarifaço” dos Estados Unidos sobre produtos importados acende alertas no setor produtivo, a indústria madeireira do Acre resiste com os pés fincados na legalidade e na construção de reputação sólida no mercado europeu. Quem garante é Thyago Barlatte, presidente do Sindicato das Indústrias de Madeiras do Estado do Acre (Sindusmad), em entrevista exclusiva ao Correio OnLine durante a Expoacre 2025.
“Crise vem e vai. O importante é trabalhar certo para, quando a maré boa vier, estarmos preparados”, resume Barlatte. Segundo ele, a Expoacre não é exatamente o lugar para fechar vendas no setor florestal, mas tem um papel institucional relevante: é onde se constrói rede, fortalece imagem e articula políticas públicas. “A gente não vai trazer tora para expor aqui, mas conversa com os sindicatos, órgãos públicos, parceiros. É network puro”, afirma.
Mesmo com a repercussão do aumento de tarifas dos EUA, o presidente do Sindusmad tranquiliza o setor local. “A exportação do Acre para os Estados Unidos é pequena. O nosso grande mercado é a Europa”, explica. Mas isso não significa que o caminho esteja livre. “Cada dia tem uma nova regra, uma nova exigência. O empresário precisa se adaptar o tempo todo. É desafiador.”
Para Thyago, o setor de base florestal acreano é hoje o mais respeitado do país em Brasília – tanto no âmbito político quanto junto ao Ibama nacional. “A gente honra esse nome. Trabalha certo, trabalha legal”, reforça.
Parcerias e o papel do governo
Questionado sobre o apoio governamental diante dos gargalos da indústria, Barlatte faz um reconhecimento direto à atuação do presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), André Assen. “É um cara que apoia o setor, que defende o trabalho legal. Temos muito a agradecer. Isso faz diferença.”
Apesar disso, o setor ainda enfrenta dificuldades históricas, desde burocracias ambientais até a limitação de infraestrutura para escoamento. Ainda assim, a palavra de ordem é resiliência.
Barlatte finaliza com um recado firme: o setor florestal do Acre não apenas sobrevive às adversidades — ele se posiciona com seriedade e compromisso. “Trabalhamos para manter nossa reputação, aqui e lá fora. É um setor que age com responsabilidade, que segue as regras. E quando a bonança chegar — porque ela vai chegar — estaremos prontos.”