Seis cidades do Acre têm casos de infecções pelos vírus Oropouche e Mayaro

Foto: Divulgação

Seis cidades do Acre têm casos confirmados dos vírus Oropouche e Mayaro, doenças transmitidas por mosquitos. A Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre) confirmou que todas as testagens foram feitas a partir de resultados negativos para dengue, porém, com clínica compatível para essas infecções.

Os primeiros registros das infecções ocorreram em abril deste ano. Ao todo, já foram registrados 48 casos de Oropouche nas seguintes cidades:

Acrelândia – 8 casos

Brasiléia – 1 caso

Manoel Urbano – 3 casos

Porto Acre – 5 casos

Rio Branco – 23 casos registrados em abril e 8 em novembro

Casos de Mayaro:

Cruzeiro do Sul – 3 casos

Rio Branco – 1 caso

As informações foram repassadas à Rede Amazônica Acre nesta terça-feira (28). Os dois vírus causam sintomas parecidos com os da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. O Mayaro, inclusive, é chamado de “primo” da chikungunya. (Veja os sintomas abaixo).

Veja a diferença entre as doenças:

A febre Oropouche é uma arbovirose, ou seja, virose transmitida por mosquitos, que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, embora com risco bem menor de complicações hemorrágicas e de morte. Raramente, os casos podem ser complicados por meningite de padrão viral (benigna). O principal mosquito transmissor da doença entre os seres humanos é o Culicoides paraensis, mais conhecido como “maruim”. As medidas de prevenção consistem em se evitar a proliferação e o contato com mosquitos, à semelhança dos cuidados contra a dengue.

O mayaro é endêmico (tem presença contínua) na Amazônia e é normalmente transmitido pelos mosquitos do gênero Haemagogus, que vive nas matas e também é conhecido por propagar a febre amarela silvestre. É um perfil diferente do Aedes aegypti, vetor da dengue, zika, chikungunya e da febre amarela urbana – já que este vive nas cidades.

“São síndromes febris e se aproximam muito dos sintomas da dengue, com febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos e estamos percebendo que estão tendo casos com sintomas na pele. As pessoas estão aparecendo com manchas na pele também. O exame só dava negativo para dengue e resolvemos testar o diagnóstico diferencial, como chamamos”, explicou o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Edvan Meneses.

Arbovírus

O coordenador destacou que há muito tempo o Acre não registrava casos dos vírus na área urbana. Ele destacou que os casos eram encontramos mais no meio rural, e explicou os possíveis motivos para os registros das infecções.

“Pode ser pelo fato da cidade estar adentro mais na mata, mas também por mudanças no ciclo de vida do mosquito. Agora, estamos percebendo que tem mais casas, a gente via muito em gente que ia caçar, assim como a febre amarela. Isso está nos surpreendendo por perceber no meio urbano, onde encontramos mais dengue, zika e chikungunya”, confirmou.

Pela falta de confirmação em áreas urbanas, o coordenador disse que o Ministério da Saúde não enviava testes para os exames. “A gente não conseguia saber em amplo aspecto porque a gente não testava por não ser uma doença endemica aqui. Pode ser que a gente tivesse casos, mas eram subnotificados por falta de testagem”, disse.

Com os novos registros, o especialista disse que será feita uma reorganização na rede de saúde com capacitação dos profissionais, palestras e alertas sobre os vírus para começar o trabalho de conscientização e combate às infecções.

“Eram casos isolados, não tínhamos esse número de casos na área urbana. Não é uma doença nova, mas não era do nosso meio.Vamos capacitar toda rede sobre Mayaro e Oropouche, até os nomes são difícieis, então, é todo um movimento para capacitar nossa rede, reorganização, deixar o diagnóstico nas unidades, a medicação e era algo que não estávamos esperando. Entrou mais dois arbovírus para a gente trabalhar nesse período epidemiológico”, falou.

Sintomas do vírus Oropouche:

Febre

Dor de cabeça

Dor no corpo e nas articulações.

Em alguns casos, o paciente pode apresentar vômitos

Sintomas do vírus Mayaro:

Infecção gera sintomas semelhantes à causada por chikungunya, como febre alta e dores articulares, o que dificulta o diagnóstico.

(G1)

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