Seca histórica leva Rio Branco a decretar emergência em saúde e acelerar ações de atendimento

FOTO: WHIDY MELO

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A capital acreana amanheceu, na sexta-feira, 15, com um alerta oficial que já vinha sendo sentido nas torneiras, nos rios e no dia a dia da população: a Prefeitura decretou situação de emergência em saúde pública por 180 dias para enfrentar os impactos da estiagem que castiga Rio Branco desde junho.

O documento, assinado pelo prefeito Tião Bocalom (PL), não é apenas um ato administrativo. É o reconhecimento de que a seca severa, que fez o nível do Rio Acre despencar abaixo da cota de alerta desde 18 de junho, está deixando marcas profundas na rotina da cidade. No dia seguinte, 19 de junho, o nível já havia atingido o máximo de alerta estabelecido pela Defesa Civil Municipal.

Com menos água circulando, o abastecimento fica irregular, a qualidade dos recursos hídricos cai e, junto com ela, cresce o risco de doenças transmitidas pela água. Para muitas famílias, isso significa armazenar o pouco que chega, enfrentar filas em pontos de distribuição e repensar até tarefas simples, como lavar roupas ou cozinhar.

O decreto abre caminho para uma série de medidas imediatas: ampliação do horário de funcionamento das unidades de saúde, contratação emergencial de profissionais, aquisição de insumos e equipamentos sem o trâmite burocrático habitual, além de parcerias com governos estadual e federal. Também autoriza contratações diretas, amparadas pela Lei Federal nº 14.133/2021, e a abertura de crédito suplementar para custear as ações.

Mais do que números ou prazos, a decisão representa a tentativa de ganhar tempo diante de um problema que a cidade conhece bem, mas que a cada ano chega mais cedo e com mais intensidade. Agora, a corrida é para reduzir danos e garantir que a seca não se transforme em crise sanitária ainda maior.

 

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