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O Sebrae firmou, nesta segunda-feira, 20, uma parceria com o Grupo Arasuper e a Associação Acreana de Supermercados (ASAS) para fortalecer e qualificar a cadeia produtiva de frutas, legumes e verduras (FLV) no Acre. A iniciativa marca um novo momento para o setor ao promover integração entre produtores locais, varejistas e instituições de fomento, com foco em qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e valorização do produto regional.
Na oportunidade, produtores, distribuidores e representantes do setor supermercadista participaram da palestra “FLV: Qualidade, Valor e Oportunidade na Cadeia Produtiva — Conectando o Campo ao Mercado”, ministrada por Evandro Dias, CEO da Expor Mais, instrutor e mentor em FLV há 20 anos e especialista em layoutização de lojas.
O especialista destacou o papel estratégico dos setores de perecíveis — como frutas, hortaliças e alimentos prontos — na competitividade das redes de supermercados. “O cliente compra com os olhos. O desafio é fazer o supermercadista entender que a exposição, o treinamento e o padrão de qualidade são fatores que fidelizam o consumidor e fortalecem toda a cadeia”, afirmou.
O diretor técnico do Sebrae, Kleber Campos, explicou que o convênio integra o programa nacional Conexões Corporativas, que busca desenvolver cadeias de valor regionais por meio da articulação entre grandes empresas e pequenos fornecedores.
“A proposta é elevar o nível de competitividade dos produtores locais, qualificando-os para atender às demandas do varejo com maior eficiência, qualidade e sustentabilidade. Isso significa mais produtividade, mais renda e um novo padrão de mercado para quem vive da agricultura no Acre”, destacou.
O diretor de operações comerciais do Grupo Arasuper, Francisco das Chagas, lembrou que mais de 80% dos produtos FLV comercializados nas lojas da rede ainda vêm de fora do estado, principalmente de São Paulo e do Sul do país. Para ele, o convênio representa uma virada de chave para o mercado local.
“Temos capacidade para produzir aqui o que hoje vem de longe. Esse projeto é uma oportunidade de aumentar a participação do produtor acreano, gerar emprego e valorizar a nossa economia”, afirmou. O Grupo Arasuper movimenta semanalmente cerca de 200 toneladas de frutas, legumes e verduras.
A empresária Érica, que atua como fornecedora do grupo, ressaltou o impacto do conhecimento técnico oferecido pelo Sebrae. “Hoje a gente entende que não basta entregar o produto — é preciso garantir padrão e qualidade para que ele chegue perfeito ao consumidor. Esse projeto nos ajuda a alcançar o nível de exigência que o mercado demanda e a reduzir a dependência de produtos vindos de outros estados”, pontuou.
Na avaliação de Evandro Dias, o Acre tem potencial expressivo para se consolidar como referência na produção de FLV na Amazônia, desde que haja incentivo e apoio às pequenas unidades produtivas. “O produtor precisa agregar valor ao seu produto com qualidade, padrão e marca. O consumidor precisa reconhecer o diferencial do que é produzido aqui”, observou. Após visitar propriedades rurais, ele disse ter se surpreendido com a qualidade da produção acreana: “É visível o potencial de crescimento e profissionalização dessa cadeia.”
O convênio
O convênio prevê um plano de ação com duração de 18 meses, voltado à melhoria de processos produtivos, logísticos e de gestão das unidades atendidas. As ações incluem capacitações técnicas, consultorias personalizadas e acompanhamento direto nas propriedades rurais, com ênfase em práticas sustentáveis e uso racional dos recursos naturais. O projeto também dialoga com a agenda climática e as diretrizes da Conferência das Partes da ONU (COP30), reforçando o compromisso com a transição energética, a redução da pegada de carbono e a preservação da biodiversidade.
Para o Sebrae, a iniciativa representa não apenas o fortalecimento econômico, mas também o estímulo à sustentabilidade e à inclusão produtiva. “O Sebrae trabalha com sonhos — o sonho de quem quer empreender e de quem já produz e deseja tornar seu negócio sustentável. Nosso papel é transformar esses sonhos em resultados concretos, valorizando o que é da terra e gerando valor compartilhado para toda a cadeia”, concluiu Kleber Campos.
