A ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet, anunciou na terça-feira, 9, que todas as cinco rotas de integração do Brasil com outros países da América do Sul já estão dentro do Novo PAC, com orçamento assegurado e previsão de conclusão para 2026. A notícia agradou as autoridades presentes, especialmente, porque a Rota 3, também chamada de Quadrante Rondon, é a que beneficia diretamente
A abertura da Rota Quadrante Rondon coloca o Acre como ponto de passagem obrigatória para os estados brasileiros de cargas recebidas e enviadas pelo Porto de Chancay, no Peru, desafogando o Porto de Santos, em São Paulo.
“Vocês vão ter acesso não só ao Porto de Chancay como os portos de Arica, Ilo e Matarani. O Brasil, para ter acesso aos maiores centros compradores de commodities, tem que percorrer sete mil quilômetros a mais para transportar os recursos. Estamos falando de diminuir em até três semanas a chegada e partida do que compramos e vendemos”, disse Simone Tebet.
A ministra pontuou ainda que para a rota operar, o Acre precisa de três obras. “A construção do contorno de Brasiléia, na BR-317, que em maio tem edital aberto para licitação; a construção de duas pontes na BR-425 que faz divisa com Rondônia, que devem estar prontas nesse semestre; e a ponte de Guajará Mirim ao custo de R$ 430 milhões, com três quilômetros de extensão, que é uma dívida que o Brasil contraiu com a Bolívia quando anexou o Acre. Estou dizendo isso pra vocês porque essa rota só tem sentido quando envolve Rondônia”, explicou.
Essa rota tem como potencialidades a exportação alimentos, máquinas, equipamentos e bens de consumo final para Peru, Bolívia, Chile e mercado asiático. Para importação, a rota deve ser caminho de chegada de fertilizantes, têxteis e bens de consumo final dos países vizinhos e também do mercado asiático.
Porto e reconstrução da BR-364
O secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict) Assurbanipal Mesquita, pontuou que para o resultado positivo da da Rota Quadrante Rondon é necessário garantir a continuidade da obra do anel viário e ponte em Brasiléia; melhorias nos serviços aduaneiros nas Alfândegas de Brasiléia e de Assis Brasil (MAPA, Receita, ANVISA, etc.); garantir a trafegabilidade das BRs 364 e 317; e implementar voos regionalizados entra Acre, Bolívia e Peru.
Além disso, segundo o secretário, “é imprescindível a implantação de um laboratório para análise de alimentos credenciado pelo MAPA; melhorar o efetivo de segurança rodoviária e postos de fiscalização na fronteira; adequar as quotas de transporte entre Brasil e Peru (ANTT); melhoria da qualidade das telecomunicações na fronteira; retomar as tratativas para a concepção da AMACRO / ZDS – SUDAM”, disse.
A médio prazo, Assurbanipal ressalta melhorias e ampliação da estrutura física das Alfândegas; a criação de um Porto Seco no entorno da ZPE; a reconstrução da BR-364 e a construção do anel viário de Rio Branco. “Para fortalecermos esse grande corredor econômico, precisamos avançar nessas pautas. Então peço que esses pontos sejam avaliados e colocados para o debate”, finalizou.