Estudo aponta que mais de 60% dos moradores da capital acreana estão nas faixas de menor poder aquisitivo
A cidade de Rio Branco enfrenta um cenário preocupante de empobrecimento da população. Entre 2020 e 2023, o número de moradores pertencentes às classes D e E — com renda mensal de até R$ 3,5 mil — cresceu mais de 30%. Ao mesmo tempo, as faixas mais altas da pirâmide social, como as classes A, B e C, registraram retração.
Os dados fazem parte do estudo especial “Classes de Renda no Rio”, elaborado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (Pnad Contínua) do IBGE.
Classe alta encolhe ainda mais
Segundo o levantamento, apenas 1,1% da população de Rio Branco está na chamada Classe A — formada por domicílios com renda mensal superior a R$ 25 mil. O percentual coloca a capital acreana na penúltima posição entre todas as capitais brasileiras, à frente apenas de Porto Velho (RO), que registra 0,9%.
Em 2020, o índice em Rio Branco era de 1,5%, evidenciando uma queda de 0,4 ponto percentual no número de pessoas com alta renda em apenas três anos.
Classe média também perde espaço
A chamada Classe B — com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 25 mil — representa hoje 13,4% da população da capital. O número é inferior à média nacional e posiciona Rio Branco entre as últimas no ranking, ocupando o 25º lugar entre as 27 capitais.
Em comparação com 2020, essa faixa apresentou uma queda de 2,8 pontos percentuais, confirmando a tendência de redução do poder aquisitivo da população.
Já a Classe C, tradicionalmente associada à classe média, teve uma retração ainda mais expressiva. Em 2023, apenas 24,6% dos moradores de Rio Branco pertencem a essa faixa, que abrange domicílios com renda entre R$ 3,5 mil e R$ 8 mil. A queda no período foi de 10,1 pontos percentuais.
Mais da metade da população está nas classes D e E
O grupo mais numeroso hoje é o das classes D/E. Com 60,9% da população inserida nessa faixa, Rio Branco é a segunda capital com maior concentração de baixa renda do Brasil, atrás apenas de Recife (PE), que registra 62,5%.
Entre 2020 e 2023, o número de pessoas com renda de até R$ 3,5 mil mensais cresceu 31,1% na capital acreana. O dado revela não apenas o encolhimento da classe média, mas uma migração em massa para faixas com menor poder de compra.
Retrato de um empobrecimento acelerado
O estudo revela uma tendência clara: a população de Rio Branco está cada vez mais concentrada nos estratos mais baixos da pirâmide socioeconômica. A retração das classes mais abastadas, aliada ao crescimento das faixas de menor renda, sinaliza um processo de empobrecimento acelerado, com impactos diretos na economia local, consumo e políticas públicas.
Com informações ac24horas