Rio Branco pode ganhar novos reservatórios para garantir abastecimento de água por até oito meses

Foto Reprodução

Diante dos efeitos cada vez mais severos da estiagem e do risco de colapso hídrico na capital acreana, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) anunciou nesta semana que está em andamento um plano estratégico para a construção de grandes reservatórios de água. O projeto prevê estruturas com capacidade para garantir o abastecimento da cidade por até oito meses, mesmo em situações extremas de seca ou queda abrupta no nível do Rio Acre.

De acordo com o presidente do Saerb, Enoque Pereira, uma equipe técnica especializada deve chegar ao Acre nas próximas semanas para iniciar estudos de viabilidade e definição da melhor área para implantação dos reservatórios. A expectativa é que sejam utilizados mais de 300 hectares, com lâmina d’água de até três metros de profundidade.

“Não é qualquer açude que vai dar conta de Rio Branco. A estrutura precisa ser planejada com base em estudos técnicos rigorosos, e essa equipe vai nos orientar sobre a melhor localização e viabilidade do projeto”, destacou o presidente.

O plano é captar água do Rio Acre durante os períodos de cheia e armazenar o recurso em reservatórios de grande porte, criando uma reserva estratégica para ser utilizada nos meses de estiagem – que vêm se tornando mais intensos a cada ano. A proposta é que o sistema funcione como um “plano B” de abastecimento, ampliando a resiliência hídrica da capital acreana.

A proposta surge em um contexto de incertezas ambientais e estruturais. O Rio Acre, principal fonte de abastecimento da capital, tem sofrido com oscilações cada vez mais radicais entre cheias e secas, e existe a preocupação com interferências externas, como a possível construção de uma represa na Bolívia, que poderia impactar diretamente a vazão do rio em território brasileiro.

Além do projeto dos reservatórios, o Saerb firmou parceria com a Sanasa, empresa pública de Campinas (SP), que está elaborando um diagnóstico completo da rede de distribuição de água de Rio Branco. O objetivo é identificar e corrigir gargalos históricos provocados pelo crescimento urbano desordenado e pelo envelhecimento da estrutura.

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