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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Rio Branco registrou alta de 0,10% em outubro, ligeiramente acima da média nacional, de 0,09%, segundo o IBGE. Apesar da variação modesta, os números revelam mudanças importantes no comportamento de consumo das famílias acreanas, com destaque para o avanço dos preços de serviços ligados ao lazer e ao cotidiano.
O grupo Despesas Pessoais foi o principal responsável pela alta, com aumento de 1,73% no mês. Nele estão incluídos serviços como cabeleireiro, manicure, estética, cuidados com animais e pacotes de viagem — todos com elevação de preços. Também contribuíram para o resultado os grupos Vestuário (0,91%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,69%) e Alimentação e Bebidas (0,44%), este último com variação bem acima da média nacional de 0,01%.
Por outro lado, três grupos ajudaram a conter o avanço da inflação na capital acreana. Habitação teve queda de 1,42%, influenciada principalmente pela redução de 3,73% na energia elétrica residencial. Também apresentaram deflação os grupos Comunicação (-0,80%) e Transporte (-0,61%), refletindo alívio momentâneo no custo de serviços básicos.
Mesmo com o resultado local acima da média, o cenário nacional mostra estabilidade. O Brasil registrou o menor índice de inflação para outubro em 27 anos, com deflação em três dos nove grupos pesquisados e alta mais concentrada em Vestuário e Despesas Pessoais — os mesmos segmentos que pressionaram o índice em Rio Branco.
Para as famílias acreanas, o comportamento dos preços mostra uma contradição: enquanto despesas básicas, como energia e transporte, ficaram mais baratas, os custos ligados ao bem-estar e ao consumo do dia a dia seguem em alta. A tendência reforça o desafio de equilibrar o orçamento num cenário de serviços cada vez mais caros.
O resultado de outubro mantém a inflação de Rio Branco entre as mais controladas do país, mas com nuances próprias. A alta em itens ligados ao lazer e à estética indica retomada do consumo, enquanto a redução nas contas domésticas oferece algum alívio. No balanço, o mês fechou com leve aumento, mas sem sinal de descontrole — um reflexo do equilíbrio instável entre renda e custo de vida no Acre.
