Rio Branco enfrenta desafios significativos em sua infraestrutura urbana, afetando diretamente a qualidade de vida de seus habitantes. Problemas como ruas esburacadas, falta de saneamento básico, ausência de calçadas adequadas e deficiência na acessibilidade são recorrentes em diversos bairros da cidade.
Em bairros como Tancredo Neves, Calafate, Belo Jardim, Cidade do Povo, Taquari, Mocinha Magalhães, Vila Acre e Sobral, a presença de buracos nas vias é uma constante. Essa situação dificulta o tráfego de veículos e pedestres, além de contribuir para o aumento de acidentes e danos a veículos. Em 2021, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) chegou a publicar dicas de como dirigir em ruas esburacadas, o que gerou críticas da população e foi posteriormente removido do ar.
Saneamento básico: uma necessidade urgente
A falta de saneamento básico é outro problema crítico. Dados indicam que quase 90% da população acreana não possui acesso à coleta de esgoto, e mais da metade não recebe água do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa). Essa carência impacta diretamente na saúde pública e no meio ambiente, com esgotos a céu aberto sendo uma realidade em diversas comunidades.
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A ausência de calçadas adequadas e a falta de acessibilidade são desafios enfrentados diariamente por moradores, especialmente por pessoas com deficiência. Calçadas irregulares, inexistentes ou obstruídas dificultam a mobilidade e colocam em risco a segurança dos pedestres. Em alguns casos, a falta de infraestrutura básica impede até mesmo o acesso a serviços essenciais, como escolas e unidades de saúde.
Inércia administrativa e respostas insuficientes
Apesar das inúmeras reclamações e solicitações da população, a resposta da administração municipal tem sido considerada insuficiente. O deputado estadual Emerson Jarude, por exemplo, apresentou mais de dez mil indicações, enquanto vereador, apontando problemas como ruas esburacadas e falta de esgoto, mas menos de 1% dessas solicitações foram atendidas pela prefeitura. Essa falta de ação efetiva tem gerado insatisfação e desconfiança entre os cidadãos.
Iniciativas pontuais e a necessidade de planejamento
A prefeitura de Rio Branco tem anunciado projetos como a construção de calçadas e sarjetas em determinados bairros, visando melhorar a acessibilidade e a infraestrutura urbana. No entanto, essas ações são vistas como pontuais e não abrangem a totalidade das necessidades da cidade. A população clama por um planejamento urbano mais abrangente e eficaz, que contemple todas as regiões e promova melhorias sustentáveis e duradouras.
Tentativas de resposta: o Programa Asfalta Rio Branco
Diante da crescente insatisfação popular com a precariedade das vias públicas, a prefeitura de Rio Branco lançou o Programa Asfalta Rio Branco, uma iniciativa anunciada como o maior pacote de recuperação asfáltica da história da capital.
De acordo com a gestão municipal, o programa prevê a pavimentação de mais de 300 quilômetros de ruas e avenidas, com investimentos que superam R$ 200 milhões. A promessa inclui, além da pavimentação, serviços de drenagem e construção de calçadas em alguns trechos.
Apesar da grandiosidade do anúncio, o impacto real do programa ainda é alvo de críticas. Moradores de inúmeros bairros da Capital relatam que os serviços ainda não chegaram ou foram realizados de forma parcial e insatisfatória, deixando trechos importantes em situação precária.
Além disso, denúncias nas redes sociais apontam que parte do serviço realizado apresenta problemas de qualidade, como asfaltamento superficial, ausência de drenagem adequada e rápida deterioração das obras concluídas.
A iniciativa, embora vista como necessária, esbarra em dois grandes desafios: a abrangência insuficiente diante da dimensão dos problemas estruturais da cidade e a desconfiança da população em relação à execução e fiscalização das obras.
Foto G1