Revolução em miniatura: bebê indígena vira símbolo de representatividade e conquista campanha própria

Foto Rede social

Com apenas um ano de idade, Wynoã Tukumai já movimentou as redes sociais, emocionou o país e conquistou o coração de milhares de brasileiros. Descendente dos povos Pataxó e Sateré-Mawé, o pequeno curumim foi um dos nomes mais comentados na promoção Bebê Johnson’s Baby 2025 — e embora não tenha chegado à final, saiu do concurso com uma vitória ainda maior: um projeto exclusivo com a marca.

A decisão foi anunciada pela própria família nos stories do Instagram, onde relataram que Wynoã teve um alcance considerado “desproporcionalmente grande” pela marca, o que motivou a sua exclusão da fase final da competição. O motivo? Segundo relato da mãe, a indígena Samela Sateré-Mawé, a mobilização em torno de Wynoã ultrapassou todas as expectativas e rompeu bolhas digitais.

“A marca nos informou que o nosso curumim teve um alcance tão grande que não poderia continuar. Mas por conta do sucesso, ele ganhará uma nova oportunidade, que será revelada em breve”, escreveu Samela.

A participação de Wynoã foi marcada por um forte engajamento coletivo. Seu vídeo oficial ultrapassou 137 mil curtidas, impulsionado por lideranças indígenas, influenciadores, movimentos sociais e pessoas comuns que se emocionaram com a proposta de ver, finalmente, um bebê indígena protagonizando uma campanha publicitária de grande escala.

Com adereços tradicionais, colares, cocar e maracá, Wynoã se apresentou com naturalidade e beleza nos registros, encantando com seu sorriso ancestral. Mas além do carisma, sua presença também simbolizou um marco histórico: a representatividade dos povos originários na publicidade voltada à infância.

“Cumprimos com todos os requisitos genuinamente. Agora esperamos dar uma boa notícia sobre essa nova trajetória do nosso mini parentinho com a marca”, afirmou a mãe, visivelmente emocionada.

O que representa Wynoã?

Wynoã representa resistência, diversidade e reparação histórica. Em um país com mais de 300 etnias indígenas, ainda é raro ver crianças indígenas estampando rótulos de produtos infantis, aparecendo em comerciais ou sendo lembradas em ações de marketing.

Especialistas em comunicação e representatividade destacam que a exclusão histórica de bebês negros e indígenas nas campanhas publicitárias reforça estereótipos e invisibiliza culturas.

Por isso, a campanha de Wynoã — mesmo fora da final — se tornou um grito coletivo por visibilidade, equidade e reconhecimento.

Agora, a família aguarda o anúncio do novo projeto que será desenvolvido junto à Johnson’s Baby. E o Brasil aguarda junto.

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