Rede estadual do Acre opera com três vezes mais temporários que efetivos

Arquivo Secom

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Uma reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo, exibida na segunda-feira, 15, revelou um dado alarmante: o Acre tem 75% dos professores da rede estadual de ensino contratados de forma temporária, o que corresponde a 11.226 docentes atuando sem estabilidade, em um total de 14.884 profissionais. Apenas 3.658 professores têm vínculo efetivo com o Estado.

O número é um dos mais altos do Brasil e escancara a precarização estrutural da carreira docente no estado. Em vez de concursos públicos regulares e valorização profissional, o governo acreano tem recorrido sistematicamente a contratos temporários para manter as salas de aula funcionando.

Foto TV GLOBO

O cenário é preocupante e afeta diretamente o direito constitucional à educação de qualidade. A rotatividade de professores, somada à insegurança contratual, prejudica o planejamento pedagógico, a continuidade do ensino e o vínculo entre educadores, alunos e comunidades escolares.

O problema, no entanto, não se restringe ao Acre. A reportagem revelou que cerca de 42% dos professores da rede pública brasileira atuam em regime temporário, um índice considerado elevado por especialistas em educação. Em estados como Santa Catarina, a proporção de temporários também ultrapassa a de concursados.

Diante do avanço dessa realidade, o Ministério da Educação anunciou a criação do CEIT – Concurso Exame Nacional para Temporários, cuja aplicação está marcada para 26 de outubro de 2025. Segundo o MEC, a ideia é unificar critérios de contratação e dar mais transparência ao processo seletivo. O exame será facultativo para os estados e municípios, e 22 estados e 1.500 prefeituras já aderiram à iniciativa.

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