Dois inquéritos foram abertos pela Polícia Civil para investigar como foi a dinâmica da rebelião dentro do presídio de Segurança Máxima do Acre Antônio Amaro Alves. Os presos renderam um detentos e um policial penal e conseguiram tomar o presídio por mais de 20 horas em um ato que durou de quarta (26) até quinta-feira (27). Na ação, cinco presos foram mortos por membros de uma facção rival – três deles foram decapitados.
Há duas possibilidades de motivação: a que a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) divulgar oficialmente é de uma tentativa de fuga de 13 presos, que foram contidos e, por conta disso, teria mantido reféns para garantir as negociações. Há também uma versão de que a facção criminosa que orquestrou a rebelião queria apenas entrar no pavilhão da grupo criminoso rival e matar os integrantes para demonstrar poder na guerra por territórios.
O presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves existe há 15 anos e tem, ao todo, 99 presos, segundo o Instituto de Administração Penitenciária do Estado do Acre (Iapen-AC). Os tipos de presos são aqueles que exercem poder de chefia nos grupos criminosos que fazem parte. Os grupos criminosos são separados por pavilhões.
Toda a dinâmica e motivação devem ser esclarecidas nos inquéritos abertos pela Polícia Civil. O primeiro vai ser conduzido pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP) e o outro conduzido pelo Departamento Técnico-Científico, onde será possível traçar como iniciou a rebelião dentro da unidade.
“Nós determinamos a abertura de dois inquéritos, um especificamente que está coordenado pela DHPP, que vai apurar os homicídios e lesões corporais e outro para tratar da dinâmica no início do evento no presídio, além dos danos patrimoniais. Pessoas estão sendo ouvidas e depois de ouvir todo mundo vamos concluir os inquéritos. É precipitado a gente falar sore qualquer ponto específico nesse momento, pois o inquérito vai nos dar subsídio para sabermos quem participou e como participou diretamente da ação”, disse o delegado-geral, Henrique Maciel.
Os inquéritos têm 30 dias para serem concluídos.
15 armas
Esta foi a segunda coletiva da Segurança Pública do estado sobre a rebelião no presídio. Em coletiva, nesta quinta-feira (27), a Segurança informou que ainda não sabe como a rebelião iniciou e nem como os presos tiveram acesso a 15 armas usadas para manter um policial penal e um detento reféns por mais de 24 horas. Na ação, cinco presos foram mortos por outros detentos.
Ao ser questionado de como o policial foi rendido e como os presos tiveram acesso a 15 armas, o presidente do Iapen, Glauber Feitoza, disse que tudo ainda está sendo investigado.
“A priori, as informações preliminares é de que a partir do momento que o nosso policial foi rendido, isso fragilizou a rotina de segurança. O que a gente pede agora é que os canais de comunicação aguardem as apurações para que a gente possa apurar o que transcorreu no interior da unidade”, disse. (G1)