Queimadas reduzem expectativa de vida em até dois anos no Acre, aponta levantamento

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Um estudo divulgado pelo Greenpeace Brasil no início de novembro revelou um dado preocupante para a população do Acre: as queimadas podem reduzir em até dois anos a expectativa de vida dos moradores do estado. O levantamento analisou os índices de poluição atmosférica registrados entre 2019 e 2023.

De acordo com a pesquisa, Acre e Amazonas apresentaram média de 30 microgramas por metro cúbico (µg/m³) de material particulado fino (PM2,5) no período avaliado. O número é considerado alto e está relacionado diretamente ao aumento de queimadas e desmatamento na região.

Os dados históricos revelam que, mesmo com algumas oscilações ao longo dos anos, os níveis de poluição permaneceram acima do recomendado. Em 2019, o Acre registrou 33,4 µg/m³; em 2020, o índice subiu para 35,0 µg/m³; em 2021, houve uma leve queda para 30,1 µg/m³; em 2022, o número voltou a crescer e chegou a 34,9 µg/m³; e, em 2023, fechou o período com 30,9 µg/m³.

Segundo o estudo, o Acre registrou média anual de 32,8 µg/m³ de PM2,5, substância composta por partículas extremamente finas que conseguem penetrar no sistema respiratório e agravar problemas de saúde.

Além dos números, o Greenpeace também ouviu moradores atingidos pela fumaça, lideranças comunitárias e representantes de territórios afetados. Os relatos apontam impactos que vão desde a interrupção das atividades cotidianas até conflitos fundiários relacionados ao aumento do desmatamento.

A pesquisa destaca que os efeitos não se limitam à saúde pública. A fumaça concentrada por longos períodos também compromete a qualidade do ar, aumenta internações por problemas respiratórios e afeta diretamente a rotina das populações rurais e urbanas.

Por Sara Muniz 

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