PT-AC anuncia medidas judiciais contra deputado Ulysses Araújo

Foto: Reprodução 

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O Partido dos Trabalhadores do Acre (PT-AC) reagiu às declarações do deputado federal Ulysses Araújo (PL) e anunciou que vai acionar a Justiça por supostas acusações falsas contra os ex-governadores Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana.

Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira, 31, o partido classificou as falas do parlamentar — feitas em entrevista ao podcast Papo Informal — como “levianas e irresponsáveis”. O PT afirma que nenhum dos ex-gestores foi investigado por corrupção e que as afirmações “carecem de qualquer prova”.

O documento, assinado pelo presidente estadual André Kamai, também menciona que o próprio Ulysses integrava o governo que hoje critica e ocupou cargos de confiança na Polícia Militar durante as gestões petistas. O partido informou que ingressará com ações nas esferas cível e criminal.

Veja a nota na íntegra:

Nota Oficial do Partido dos Trabalhadores do Acre (PT-AC)
Em defesa da verdade, da honra e da história do Acre

O Partido dos Trabalhadores do Acre (PT-AC) repudia com veemência as declarações falsas, levianas e irresponsáveis feitas pelo deputado federal e coronel da reserva da Polícia Militar, Ulysses Araújo, durante entrevista ao podcast Papo Informal, em 30 de outubro de 2025, nas quais acusa os governos petistas de suposta cobrança de propina a empresas privadas.

As afirmações proferidas pelo deputado carecem de qualquer lastro probatório, documental ou testemunhal, constituindo mera tentativa de distorcer fatos e manchar reputações com base em narrativas políticas. Nenhum dos governadores do Acre eleitos pelo PT — Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana — jamais foi investigado, indiciado ou denunciado por corrupção. Ao contrário, todos governaram sob a mais estrita observância da legalidade, deixando legados reconhecidos de probidade, eficiência administrativa e avanços sociais.

Como agente público de carreira e comandante operacional da Polícia Militar em 2014 — à época coordenador de operações e comandante do CPO I (Comando de Policiamento Operacional I) — o então coronel tinha o dever legal de dar voz de prisão a qualquer servidor que, sob sua alegação, cometesse crime de concussão, extorsão ou corrupção. O artigo 319 do Código Penal Militar e o artigo 301 do Código de Processo Penal determinam que todo agente público tem obrigação de agir diante da prática de crime em flagrante.

Se, portanto, houvesse ocorrido a suposta “chantagem” que ele menciona, a omissão do coronel seria, por si só, ato de conivência e prevaricação — o que reforça a total incoerência de suas próprias palavras.

Em 2014, o coronel Ulysses integrava o próprio governo que hoje acusa. Naquele ano, exercia funções operacionais sob o comando da Secretaria de Segurança Pública, coordenando ações e operações da PMAC. Dois anos depois, foi promovido e nomeado subcomandante-geral da Polícia Militar do Acre pelo governador Tião Viana, a quem agora tenta difamar.

Ou seja, o mesmo coronel que hoje tenta se afastar do passado ocupou cargos de confiança e chefia dentro das gestões que acusa, sem jamais registrar denúncia formal, boletim de ocorrência ou comunicação oficial de crime.

É público que a empresa Estação VIP Segurança Privada Ltda., de propriedade de sua esposa, manteve contratos milionários com o Estado, por meio da atual gestão, que se tornaram objeto de investigação do Ministério Público do Acre por irregularidades em licitações e pagamentos — o que revela conflito de interesses entre sua atuação política e econômica.

As tentativas do parlamentar de criar falsos inimigos políticos não escondem o evidente conflito de interesses entre sua atuação como agente público, político e beneficiário indireto de contratos com o Estado.

O Partido dos Trabalhadores reafirma sua confiança na Justiça e no povo do Acre, que conhece a história, a seriedade e o legado dos ex-governadores Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana. Todos dedicaram suas vidas à reconstrução do Estado, com transparência, ética e compromisso público.

Não aceitaremos que narrativas sem prova, inspiradas no ódio político e no oportunismo eleitoral, atentem contra a honra de pessoas que serviram ao Acre com dignidade.

Diante de tal atitude criminosa, o PT-AC adotará as medidas judiciais cabíveis nas esferas cível e criminal, acionando a Justiça e o Ministério Público para as devidas reparações diante das declarações falsas proferidas.

A verdade e o respeito à biografia dos que construíram o Acre democrático e justo prevalecerão sobre o revisionismo político e a mentira deliberada.

Rio Branco (AC), 31 de outubro de 2025.

André Kamai
Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores – PT/AC

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