Protesto com confrontos marca encerramento da GCF Task Force no Acre

Foto Reprodução

O encerramento do GCF Task Force no Acre, que vinha sendo celebrado como uma oportunidade histórica para reafirmar o protagonismo da Amazônia na agenda climática global, terminou em meio a protestos, tensão e confronto físico. Na manhã de sexta-feira, 23, manifestantes interromperam a abertura do Segmento de Alto Nível do evento, realizado na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, exigindo voz e denunciando o avanço do agronegócio na região.

Os protestos foram protagonizados por representantes do Comitê Chico Mendes, Juventude do Partido Comunista, União da Juventude Comunista e lideranças indígenas. Empunhando faixas com frases como “O agro é morte”, “A floresta não se negocia” e “Concurso independência para Sema e Imac”, o grupo ocupou a frente do auditório e entoou palavras de ordem contrárias à condução ambiental do governo estadual e à presença do setor produtivo no evento.

O governador Gladson Cameli, que discursava no momento da intervenção, tentou retomar a palavra, mas teve sua fala interrompida. Uma das manifestantes chegou a subir ao palco na tentativa de ocupar o microfone, sendo contida por seguranças após recusa do governador em ceder o espaço naquele momento.

Cameli declarou que o governo está aberto ao diálogo, mas defendeu que a manifestação ocorresse em outro espaço: “Este é um ambiente de construção de soluções. Não é o momento para agressões ou interrupções. O diálogo está aberto, mas dentro do respeito”, disse antes de solicitar a retirada do grupo.

A situação rapidamente se agravou. A tentativa de retirada dos manifestantes por seguranças do evento gerou empurra-empurra e cenas de pancadaria, com agressões de ambos os lados. Vídeos compartilhados nas redes sociais e por veículos de imprensa mostram o momento em que a plenária entra em tumulto, obrigando a suspensão temporária da programação.

O evento reunia delegações do Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia e Peru e tinha como objetivo principal construir uma agenda conjunta para a COP30, prevista para ocorrer em 2025, no Brasil. Antes da confusão, o governador do Acre havia feito um apelo pela união dos países amazônicos em torno de projetos concretos que conciliem preservação e desenvolvimento.

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