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Parceria inédita do Iapen com produtores rurais, sindicato e instituições de ensino leva curso de agricultura familiar a detentos da Unidade Moacir Prado. Projeto promete ser referência no Acre em segunda chance e geração de renda
Em Tarauacá, o portão de ferro da Unidade Penitenciária Moacir Prado se abriu esta semana para mais que uma saída temporária. Ele se abriu para um recomeço. Com um olhar diferente e a mão pronta para trabalhar a terra, 12 reeducandos trocaram a rotina do presídio por um curso profissionalizante de agricultura familiar — primeiro passo de um projeto que quer transformar segundas chances em colheitas de dignidade.
Batizado de “Quem Planta Colhe: Produzindo para Libertar”, o programa nasceu de um termo de cooperação firmado em junho entre o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), a Associação de Produtores Rurais de Tarauacá e o Sindicato Rural. A ação tem o apoio e participação de instituições como o Instituto Federal do Acre (Ifac), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Faeac, a CNA, a Associação Comercial e a empresa BMG Foods.
Ao todo, 30 detentos serão beneficiados com seis meses de formação técnica, aulas teóricas e práticas ministradas pelo Ifac e Senar, cobrindo diferentes áreas da agricultura familiar. O objetivo é claro: preparar mão de obra qualificada, reduzir a reincidência criminal e reintegrar homens e mulheres ao mercado de trabalho e à vida em comunidade.
Entre os entusiastas do projeto está Zé Filho, conhecido tamném como Zé do Agronegócio, que esteve no lançamento e reforçou a mensagem de que “ressocializar é transformar vidas”. Para ele, “Tarauacá tem condições de se tornar referência no Acre como um município que aposta na produção para mudar destinos”.
Mais do que um curso, o “Quem Planta Colhe” é visto pelos organizadores como um investimento social: cada semente plantada nas hortas e roçados é também um passo na reconstrução de histórias. Assim ficou o texto final.