Produtores cobrem rosto de Marina Silva em protesto na Aleac contra embargos e política ambiental

Foto Correio online

Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) na sexta-feira, 11, produtores rurais realizaram um ato simbólico de protesto contra as políticas ambientais do governo federal. Eles cobriram com uma cartolina o rosto da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na galeria de ex-parlamentares da Casa, que leva o nome da própria ministra.

A manifestação ocorreu em meio a discussões sobre os embargos aplicados em propriedades rurais, principalmente na região da Reserva Extrativista Chico Mendes, e à insatisfação com operações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que vêm afetando atividades produtivas no estado.

O protesto foi interpretado como uma crítica direta à condução da política ambiental federal, que, segundo os manifestantes, tem imposto entraves à produção agropecuária no Acre. Produtores rurais presentes relataram apreensão de gado, multas elevadas e insegurança jurídica nas áreas de reserva.

Entre os participantes, o produtor rural Raimundo Pinheiro da Costa, morador da região da Transacreana, afirmou que o ato foi uma forma de dar visibilidade ao sentimento de abandono no campo.

“Não é contra a pessoa, é contra a política. A ministra conhece essa terra, sabe como o povo daqui vive. E hoje a gente tá sendo tratado como invasor, como bandido. Não temos nada contra floresta, mas o nosso jeito de viver também precisa ser respeitado”, disse Raimundo.

Durante a audiência, representantes de comunidades de Porto Acre, Xapuri e da própria Resex Chico Mendes denunciaram perdas econômicas e afirmaram que as medidas de controle ambiental têm ignorado a realidade das famílias que vivem da terra.

O clima da audiência foi marcado por manifestações de descontentamento, especialmente, contra autoridades presentes. A cobrança por ações concretas incluiu pedidos de anistia às multas ambientais, revisão das regras que regem as reservas extrativistas e maior diálogo entre o governo federal e os moradores das áreas impactadas.

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