O presidente interino da Câmara Municipal de Epitaciolândia, no interior do Acre, Messias Lopes (PT), foi preso pela Polícia Federal nessa quinta-feira (28) nas dependências do parlamento mirim e encaminhado à delegacia do município. De acordo com o delegado Erick Maciel, o vereador foi alvo de um mandado de prisão no âmbito de um processo por estupro de vulnerável de 2016, no qual foi condenado a 11 anos e 6 meses de prisão.
“Uma investigação que iniciou no ano de 2016, e saiu um mandado de prisão que foi cumprido pela Polícia Federal. Ele foi preso, e encaminhado para cá, para que a gente possa encaminhar para o presídio em Rio Branco. Segundo consta no processo, foi 11 anos e 6 meses a pena estipulada para o conduzido. Segundo consta nos autos, estupro de vulnerável é o crime pelo qual ele foi condenado”, disse.
Ainda segundo o delegado, Lopes será transferido para Rio Branco nesta sexta-feira (29).
Lopes assumiu a presidência da câmara após o afastamento do vereador Diojino Guimaraes da Silva, que ocupou o cargo até julho deste ano, e foi afastado por suspeita de corrupção passiva, após denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC).
O delegado acrescentou que não consta nos autos em que instância está a condenação de Lopes, nem se cabe recurso.
“A gente não tem nos autos em que instância está [a condenação]. Só tivemos conhecimento do mandado de prisão, e a Policia Federal teve conhecimento da localização dele, fez a prisão, e trouxe ele para fazermos o encaminhamento para Rio Branco. Ele foi encontrado nas dependências da Câmara Municipal, onde foi efetuada a prisão. Nesta sexta-feira vamos encaminhá-lo para Rio Branco, para garantir todos os direitos dele”, explicou.
Prisão por estupro
Em dezembro de 2016, Lopes foi preso suspeito de estuprar uma menina de 13 anos. O caso teria ocorrido na em uma área na zona rural de Brasiléia, interior do Acre, e foi investigado pela Polícia Civil do município. O parlamentar, segundo o advogado, negou a acusação à época.
“A família foi até a delegacia registrar boletim de ocorrência e relatou que ele [ vereador] teria dado carona. O veículo dele atolou na estrada e a menina teria acompanhado ele para pedir ajuda, então ele teria abusado dela. Ele teria arrastado ela para a mata e tirado a roupa dela”, explicou na época o delegado Cristiano Bastos.
Ainda conforme o delegado, Lopes se apresentou com um advogado e negou os fatos. A menina, segundo a investigação, foi submetida a exame de conjunção carnal, que teria comprovado a relação sexual. “Agora estamos coletando indícios da autoria e vamos encaminhar o inquérito para que o Ministério Público ofereça denúncia”, enfatizou naquele ano.
Bastos disse ainda que a menina passou por acompanhamento médico e avaliação psicológica. “Ela estava bastante abalada, nervosa”, finalizou.
‘Dei carona’
Ainda naquele mês, Lopes negou que tenha estuprado a menina. Ele afirmou que transportava moradores da cidade, quando o veículo atolou na zona rural de Brasiléia, cidade vizinha. Ao sair para procurar ajuda, acompanhado da garota, a mãe dela o acusou pelo crime.
Lopes conta que recebeu uma ligação por volta das 6h para transportar os moradores que estavam na zona rural. Ele disse que era comum ajudar nesse tipo de transporte.
“Tinham outros moradores no carro. Eu dei carona, o carro atolou e não conseguimos tirar. Chamei para irmos a pé até a rodovia. Sai na frente, a menina saiu e a mãe dela mais atrás. Caiu uma chuva muito forte, ela e eu entramos embaixo de uma árvore. A mãe dela chegou uns três minutos depois insinuando que eu estava ficando com a filha dela”, afirmou. (G1)