A Prefeitura de Rio Branco deu mais um passo para a execução do programa habitacional “1001 Dignidades”, ao anunciar uma parceria com o setor moveleiro da capital acreana. O acordo, firmado nesta semana pelo prefeito Tião Bocalom e representantes do segmento, prevê a produção local das portas que serão instaladas nas novas unidades habitacionais do projeto. A medida busca não apenas agilizar a construção das casas populares, mas também estimular a geração de renda e o fortalecimento da cadeia produtiva da marcenaria no município.
A proposta é simples: a Prefeitura entra com a madeira — parte dela doada pelo Ibama e parte adquirida com recursos próprios — e os marceneiros locais entram com a mão de obra. O modelo remete a ações anteriores da gestão, como a produção de camas e guarda-roupas para programas sociais.
“Foi uma reunião produtiva. Como a Prefeitura já dispõe da madeira, conseguimos viabilizar a parceria de forma muito mais eficiente e econômica”, afirmou o prefeito Bocalom, ao destacar o impacto social e econômico da iniciativa.
Apesar do otimismo dos envolvidos, a medida também levanta questionamentos. Embora valorize a produção local, a iniciativa ainda é pontual, sem a garantia de que os marceneiros farão parte da cadeia de forma continuada em todas as etapas da construção ou em outros programas públicos.
Além disso, falta clareza sobre critérios de seleção, prazos e volume de produção que será contratado — pontos que precisarão ser formalizados com mais precisão para garantir equidade, transparência e impacto de longo prazo no setor.
Ainda assim, a parceria pode servir como modelo replicável, desde que haja acompanhamento, expansão gradual e envolvimento de outras secretarias, como Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Assistência Social, para integrar os marceneiros em políticas de qualificação e crédito.