Policial que ficou ferido no olho durante rebelião faz campanha para tratamento

Foto: Arquivo pessoal

O policial penal Janilson da Silva Ferreira atingido por um tiro no olho durante a rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, está fazendo uma campanha para arrecadar doações e custear tratamento fora do Acre. Ele conta que tem sentido dores no local ferido, mas que ainda há chances de recuperar a visão do olho atingido.

“No momento estou buscando tratamento fora do estado. A lesão foi grave, Até hoje ainda não consigo ver nada no olho atingido. É muito burocrático o estado, estou em constante conversa para tentar agilizar esse processo”, diz.
O policial ainda não sabe aonde precisará ir para conseguir o tratamento, mas disse que está avaliando as possibilidades, como o estado de Goiás ou São Paulo. Ferreira relata que muitas pessoas têm se solidarizado com a situação, e que já conseguiu doações suficientes para garantir a estadia.

“Graças a Deus, as pessoas têm ajudado. Estou correndo contra o tempo, não consigo ver nada. Estou tomando antibiótico, passaram remédio pra dor, estou com muitas dores”, conta.

Bala atravessou escudo

A rebelião na unidade de segurança durou mais de mais 24 horas, e teve fim no dia 27 de julho. Com pausa, a negociação com os presos que mantinham um policial penal refém, durou cerca de 16 horas. Cinco presos, membros de uma facção rival aos rebelados, foram mortos no conflito. Destes, três tiveram a cabeça arrancada.

Primeiramente, foi informado que o policial havia sido atingido por um tiro de raspão no olho. Um preso levou um tiro no braço. Porém, o policial conta que o tiro atravessou o escudo que ele utilizava, e os estilhaços causaram a lesão.

“Na realidade o tiro não foi de raspão. A munição de fuzil 5,56mm atravessou o escudo balístico e os estilhaços atingiram meu olho, causando a lesão”, relembra.

Dever cumprido

O agente lembra que o grupo responsável pela rebelião estava avançando nos corredores do presídio e efetuavam disparos. Para não escalar a tensão, ele decidiu não retribuir os tiros.

Apesar da grave situação e da necessidade de tratamentos para curar o ferimento e recuperar a visão do olho atingido, Ferreira diz que sente que cumpriu seu dever, e que sua intervenção no conflito foi necessária para auxiliar os colegas policiais penais.

“Se não fosse pelo nosso trabalho, chegar lá, tentar segurar um pouco, eu acredito que a situação teria saído ainda mais do controle, teria sido pior ainda. A gente cumpriu nosso papel ali, enquanto polícia. Nosso objetivo é dar uma resposta, o último recurso aos nossos policiais penais. Eles contam com o nosso trabalho, de tentar segurar ao máximo a situação até que chegasse o Bope, e resolvesse a situação”, declara. (G1

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