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Em Rio Branco, mulheres com mais de 40 anos ainda enfrentam obstáculos para realizar um exame que pode salvar vidas: a mamografia. A exigência de um pedido médico — regra vigente na rede pública — tem se tornado um entrave para muitas delas, sobretudo nas áreas periféricas e rurais, onde a cobertura da atenção básica é limitada.
Um projeto apresentado na Câmara Municipal, na sessão desta quarta-feira, 22, pelo vereador Fábio Araújo (MDB) pretende mudar essa realidade. A proposta garante o direito à mamografia gratuita de rastreamento, sem necessidade de encaminhamento médico, para mulheres residentes na capital acreana a partir dos 40 anos.
A medida tem como objetivo facilitar o acesso ao diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que segue entre as maiores causas de mortalidade feminina no Brasil. Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que 391 casos foram registrados no Acre entre 2023 e 2025, sendo mais da metade em Rio Branco.
Durante a apresentação do projeto, o parlamentar destacou que o atraso no diagnóstico é, muitas vezes, resultado da burocracia. “A mulher precisa de um pedido médico, espera a consulta, não consegue marcar, e o exame acaba sendo adiado ou esquecido. Quando o câncer é descoberto, já está em estágio avançado, o que torna o tratamento mais difícil e doloroso”, afirmou.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), uma em cada oito mulheres poderá desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura chegam a 95%.
O projeto apresentado pelo parlamentar segue o exemplo de outras cidades brasileiras que já adotaram leis semelhantes, transformando o acesso à mamografia em política pública municipal. “Não se trata apenas de um exame, mas de um ato de cuidado e de respeito. É um compromisso com a vida e com a família das mulheres rio-branquenses”, declarou o vereador.
A proposta agora será analisada pelas comissões da Câmara antes de ser levada à votação em plenário.