“O Acre é rico, mas o povo continua pobre”, diz Cesário Braga ao defender políticas de justiça social

Foto: Rede social

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Em entrevista ao podcast Correio em Prosa, o coordenador estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Cesário Braga, fez um diagnóstico contundente sobre a realidade socioeconômica do Acre. Ao afirmar que “o Acre é rico, mas o povo continua pobre”, ele destacou que o estado ainda vive sob profunda desigualdade estrutural, em que a abundância de recursos naturais e o crescimento pontual de setores econômicos não se refletem em melhoria real na qualidade de vida da população.

“O Acre é um estado bonito, rico, cheio de potencial, mas muito desigual. Quarenta por cento da nossa população vive do Bolsa Família. Quem ganha acima de cinco mil reais já está entre os dez por cento mais ricos do estado. Isso mostra o tamanho da injustiça que ainda enfrentamos”, afirmou.

Braga defendeu que o combate à desigualdade precisa ser tratado como meta permanente de governo, e não como pauta de ocasião. Segundo ele, a falta de continuidade nas políticas públicas e o excesso de disputas eleitorais interrompem projetos estruturais que poderiam transformar a realidade social do Acre.

“O Brasil vive de eleição em eleição. O governo mal começa a trabalhar e já entra em clima de disputa. O resultado é que a gente não planeja o futuro, não constrói políticas de longo prazo. Aqui no Acre isso é ainda mais grave, porque o povo pobre é o que mais sofre com a falta de planejamento”, pontuou.

O coordenador do MDA destacou ainda que a distribuição de renda e a justiça social são princípios que orientam sua atuação no governo. Para ele, é necessário ampliar o diálogo entre municípios, estado e União para que os programas cheguem efetivamente à ponta, com prioridade para educação, assistência técnica e geração de renda.

“A gente tem que olhar para o Acre e entender que desenvolvimento não é só asfaltar uma estrada ou inaugurar uma obra. Desenvolvimento é quando o produtor rural consegue viver da sua terra, quando a família tem comida na mesa e o filho pode estudar. É essa a política que faz diferença”, disse.

Braga também lembrou que o Acre tem riquezas naturais e humanas pouco aproveitadas, e que a transformação do potencial produtivo em prosperidade depende de planejamento e da valorização do trabalho. “O nosso desafio é converter riqueza em dignidade. E isso só acontece com justiça social”, concluiu.

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