Foto: Internet
O Brasil voltou a registrar um aumento expressivo no número de venezuelanos que cruzam a fronteira em busca de refúgio. Em Pacaraima, em Roraima, a Cáritas estima que o fluxo triplicou após as eleições municipais realizadas em 27 de julho na Venezuela. O resultado político aprofundou a crise social e provocou uma nova onda migratória em direção ao Brasil.
No Acre, a pressão também cresce. O estado se consolidou como rota alternativa de entrada pela tríplice fronteira com Bolívia e Peru. Dados da Polícia Federal mostram que o número de registros disparou nos últimos anos: foram 572 em 2020, 1.862 em 2021 e 3.375 em 2022.
Em 2023, o Acre recebeu 6.565 pedidos de refúgio, dos quais cerca de 3,8 mil foram aprovados — um aumento de quase 92% em relação ao ano anterior. No ano seguinte, 2024, foram 1.397 solicitações e 302 aprovações. Desse total, 293 concessões, ou 97%, foram destinadas a venezuelanos.
O levantamento mais recente mostra que, apenas no primeiro semestre de 2025, já foram concedidos 60 refúgios, sendo 52 em Assis Brasil e oito em Epitaciolândia. Outras 272 solicitações ainda aguardam análise.
Assim como em Roraima, o perfil dos migrantes que chegam ao Acre inclui famílias inteiras, crianças e indígenas da etnia Warao, em situação de maior vulnerabilidade. A pressão sobre a rede pública de saúde e assistência social é crescente, sobretudo em municípios pequenos da fronteira.
O governo estadual tem buscado alternativas para acolher esse público. Em junho, durante a 6ª Semana Estadual do Migrante, o programa Juntos pelo Acre ofereceu kits de roupas, cortes de cabelo, emissão de carteiras digitais de trabalho e oportunidades de emprego. A iniciativa foi uma tentativa de ampliar a rede de apoio aos estrangeiros e amenizar os impactos da crise.