“Nosso maior desafio é nos manter vivos e atuantes”, diz presidente da Cooperparquet

Foto: Ascom Kamai

Foto: Ascom Kamai

A Cooperativa de Trabalho Tropical Parquet (Cooperparquet), Joelma Brasil, fez um desabafo contundente durante a audiência pública que discutiu o fortalecimento do cooperativismo em Rio Branco, realizada na Câmara Municipal na sexta-feira, 17. Ela relatou as dificuldades enfrentadas pelas cooperativas de trabalho, especialmente diante da atuação do Ministério Público, que, segundo ela, tem tentado inviabilizar o funcionamento da instituição.

Com 15 anos de atuação, a Cooper Parque reúne 187 cooperados, dos quais 85% são mulheres. A cooperativa presta serviços há mais de uma década em órgãos públicos como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) e Universidade Federal do Acre (Ufac), mas hoje, segundo Joelma, enfrenta o risco de paralisação.

“Estamos com o Ministério Público no nosso calcanhar, querendo a todo custo fechar a nossa cooperativa. Isso nos entristece demais, porque são 187 famílias que poderão ficar desempregadas”, afirmou.

A dirigente defendeu que as cooperativas locais atuam com responsabilidade e dentro da legalidade, seguindo todas as normas da Lei nº 5.764/71 e realizando assembleias regulares para a divisão de sobras. “Nós trabalhamos de forma honrada, honesta e comprometida. Não temos salários atrasados nem vale-refeição pendente. E, ainda assim, somos perseguidos”, declarou.

Joelma fez um apelo ao poder público para que o cooperativismo seja compreendido como instrumento legítimo de geração de trabalho e renda, não como irregularidade. “Enquanto empresas privadas acumulam denúncias de atrasos e continuam operando, o Ministério Público volta os olhos apenas para nós. O que queremos é simples: a chance de continuar trabalhando e participando de licitações de forma honesta e legal”, disse.

A presidente também destacou o crescimento recente da cooperativa — que saltou de 80 para 187 cooperados em apenas um ano — e ressaltou o papel social do cooperativismo como alternativa concreta de inclusão econômica. “Nosso maior desafio é nos manter vivos, atuantes e com dignidade. É com trabalho que levamos o pão de cada dia para 187 famílias acreanas”, concluiu.

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