Foto: Juan Vicent Diaz
O vereador André Kamai (PT), em pronunciamento na Câmara Municipal de Rio Branco, na terça-feira, 19, respondeu duramente à entrevista concedida pelo superintendente da RBTrans, Clêndes Villas Boas, que acusou vereadores de fraudar o processo eleitoral, além de sinalizar ter apoio de juízes, promotores e autoridades.
Para Kamai, a fala do superintendente representa uma tentativa clara de coação institucional contra o Poder Legislativo. “Ele decidiu nos coagir. Disse que conhece juiz, promotor, mas eu estou tranquilo. Ele pode investigar minha vida e vai encontrar um trabalhador. Agora nós vamos investigar as ações dele enquanto agente público. Isso é o que nos cabe fazer”, disse Kamai ao lembrar que o parlamento municipal não fez acusações contra ele. “Nós não fizemos denúncia. Quem denunciou foram os servidores, nós apenas demos voz a essas pessoas”.
O parlamentar reforçou que as denúncias que envolvem a RBTrans — incluindo assédio moral e pressão eleitoral — partiram de servidores, ex-superintendentes e terceirizados que procuraram a Câmara.
Kamai afirmou ter ouvido áudios atribuídos ao superintendente, além de relatos de servidoras com denúncias de teor grave. Para ele, o caso exige apuração urgente e a resposta institucional da Câmara deve ser a abertura de uma CPI.
“Receber uma denúncia dessa e ignorar é prevaricar. Por isso, já assinei o pedido de CPI apresentado pelo vereador Eber Machado. Espero que os colegas também assinem.”
Silêncio do prefeito Bocalom
Kamai também criticou a postura do Executivo municipal. Segundo ele, o prefeito tomou conhecimento dos relatos e optou por não tomar providências, o que aumenta a responsabilidade do Legislativo em garantir transparência e fiscalização. “A omissão do Executivo é alarmante. O prefeito recebeu denúncias e não vai fazer nada? Nós vamos.”
Ao concluir sua fala, Kamai reafirmou que os ataques não intimidam seu mandato e que a função da Câmara é agir com responsabilidade. “Essa Casa não pode se calar diante de quem usa o cargo para intimidar. Vamos agir com a força da lei e da legitimidade que o povo de Rio Branco nos deu.”