Arte/Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Ministério Público do Acre (MPAC) que investigue o desaparecimento do acervo do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes, considerado patrimônio histórico e cultural da Amazônia. O material, composto por documentos e objetos que retratam a trajetória do acreano, está sumido desde 2019, quando a Biblioteca da Floresta, em Rio Branco, passou por reformas. Em 2022, a situação se agravou após um incêndio atingir parte do prédio que abrigava o acervo.
Para o MPF, a falta de informações sobre o paradeiro do material de valor inestimável representa uma “iminente lacuna na memória coletiva” e provoca “dano e prejuízo concreto à coletividade”. A representação foi assinada pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias, que destacou ser do MP estadual a responsabilidade pela apuração do caso.
Chico Mendes nasceu em Xapuri e se tornou um dos maiores líderes sindicais dos seringueiros do Acre, cuja sobrevivência depende da preservação da floresta em pé. A partir da década de 1970, ganhou projeção nacional e internacional pela militância em defesa do meio ambiente e dos povos da floresta. Em reconhecimento à sua luta, foi agraciado com o prêmio Global 500, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU), pouco antes de sua morte.
O ambientalista foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, uma semana após completar 44 anos. Ele foi morto a tiros de escopeta nos fundos de sua casa, em Xapuri, crime que teve grande repercussão mundial e expôs os conflitos agrários e ambientais da Amazônia. Em 1990, o réu confesso Darci Alves Pereira e seu pai, Darly Alves da Silva, foram condenados a 19 anos de prisão pelo assassinato.
Com informações Agência Brasil