Motoboy de 43 anos morre após ser atropelado por estudante de medicina em Rio Branco

Foto G1 Acre

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O motoboy Jocimar Silva Bedoni, de 43 anos, morreu na madrugada deste domingo (13) no pronto-socorro de Rio Branco após ser atropelado por um carro conduzido pelo estudante de medicina Amarilio dos Santos Campos Neto, de 33 anos. O acidente ocorreu na noite de sábado (12), na Rua Alameda Sabiá, bairro Distrito Industrial, quando Jocimar fazia uma entrega de lanche.

De acordo com informações da Polícia Militar do Acre (PM-AC), o estudante dirigia em alta velocidade e atingiu violentamente a motocicleta do motoboy. Com o impacto, o carro chegou a capotar e parou cerca de 50 metros adiante. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e socorreu ambos os envolvidos.

Segundo o boletim de ocorrência, Amarilio apresentava sinais visíveis de embriaguez, como olhos vermelhos, hálito com odor etílico, fala alterada e desorientação. Apesar disso, se recusou a realizar o teste do bafômetro e negou ter consumido bebida alcoólica. Mesmo assim, um laudo de constatação da embriaguez foi emitido pela autoridade policial com base nos sinais observados, caracterizando crime de trânsito conforme o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro.

O estudante foi preso em flagrante, mas fugiu do pronto-socorro enquanto recebia atendimento. Ele foi localizado pela polícia a caminho de um hospital particular da capital, onde permanece em observação, sob escolta.

Jocimar chegou ao PS em estado gravíssimo, entubado, e precisou passar por cirurgia para retirada do baço. Durante o procedimento, sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu. A esposa da vítima, Elaine Ribeiro Bedoni, contou que o marido trabalhava como motoboy para complementar a renda da família. Enfermeira de profissão, ela relatou que o marido cuidava do filho do casal, que tem deficiência, durante seus plantões hospitalares.

“Ontem à noite eu estava em casa e ele foi trabalhar. Estou sofrendo demais. Se ele [o motorista] não pagar com a justiça da Terra, vai pagar com a divina”, desabafou Elaine, emocionada.

Ela também afirmou que a família do estudante tem prestado auxílio aos familiares da vítima. “O padrasto dele está ajudando a gente”, confirmou.

O estudante Amarilio dos Santos Campos foi interrogado pela Polícia Civil ainda no hospital, onde afirmou não se lembrar do acidente e justificou a recusa ao bafômetro dizendo que estava com dor e dificuldade para respirar. Após o depoimento, permaneceu em silêncio por estar sem a presença de um advogado. Ele foi submetido a exame de corpo de delito na manhã deste domingo no Instituto Médico Legal (IML).

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil do Acre. (Com informações do G1 Acre)

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