Moraes nega pedido de Bolsonaro para anular delação de Mauro Cid

Foto Internet

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. A solicitação foi considerada “impertinente” pelo magistrado, que alegou que o pedido não é compatível com a fase atual do processo.

A petição da defesa de Bolsonaro foi protocolada na segunda-feira (17), após a revista Veja divulgar supostas mensagens atribuídas a Mauro Cid, em que ele comentaria sobre os termos do acordo de delação firmado com a Polícia Federal. Segundo os advogados, o conteúdo das mensagens levantaria dúvidas sobre a validade do acordo.

No entanto, Moraes destacou que o momento processual atual — em que se encerram os interrogatórios e se abrem os prazos para pedidos de diligências — não é adequado para questionamentos dessa natureza. Na decisão, o ministro reforçou que a análise de requerimentos precisa obedecer ao rito processual e descartou a solicitação.

Autoria das mensagens em disputa

Apesar da suspeita levantada inicialmente de que Mauro Cid seria o autor das mensagens divulgadas, o próprio militar negou a autoria durante depoimento recente ao STF. Em um novo desdobramento, o advogado Eduardo Kuntz, que representa o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, afirmou ao Supremo que foi ele quem trocou as mensagens com Cid e apresentou imagens e vídeos para comprovar sua versão.

Mesmo com a polêmica, o STF ainda aguarda a resposta da Meta, empresa responsável pelo Instagram, sobre os dados cadastrais da conta onde as conversas foram publicadas. O pedido foi feito por Moraes na semana passada, mas a empresa ainda não respondeu oficialmente.

A delação de Mauro Cid é considerada estratégica nas investigações que envolvem tentativas de golpe de Estado e supostos esquemas de fraude nos bastidores do governo Bolsonaro.

 

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