Moradores denunciam risco sanitário na USF Francisco Eduardo Paiva

Foto: Reprodução

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O espaço destinado ao armazenamento de resíduos de saúde da Unidade de Saúde da Família Francisco Eduardo Paiva, no bairro Rui Lino, preocupa moradores e expõe falhas estruturais no manejo do lixo hospitalar. Um vídeo enviado à reportagem mostra as duas alas do depósito com as portas abertas, sem cadeados e de fácil acesso ao público. Em uma delas, o lixo aparece espalhado até a parte externa, com sacolas rasgadas, caixas de medicamentos e resíduos diversos acumulados sem qualquer controle.

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O cenário contraria regras básicas da Resolução RDC 222/2018 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina que resíduos de serviços de saúde devem ser segregados na origem, acondicionados corretamente, identificados e armazenados em área exclusiva, fechada, protegida e com controle de acesso. A norma também exige barreiras físicas que impeçam a entrada de pessoas não autorizadas, animais e a dispersão de resíduos para a área externa.

Moradores afirmam que a situação é antiga e se repete diariamente: portas destrancadas, lixo exposto e falta de monitoramento. Segundo eles, crianças entram no espaço para brincar e animais costumam revirar sacos, levando resíduos para a rua e espalhando o material pelo entorno da unidade. Eles dizem ainda que não há informações sobre a periodicidade da coleta do lixo hospitalar, que exige transporte técnico e procedimentos específicos, ao contrário do lixo comum recolhido três vezes por semana.

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O presidente da associação de moradores, Markinhos Barbosa, relata que as tentativas de diálogo com a coordenação da unidade não têm avançado. “Esse lixo não poderia estar daquele jeito. As portas ficam sempre destrancadas e isso é recorrente. Já encontramos crianças brincando lá dentro, cachorro rasgando os sacos e remédios jogados pelo chão. Alertamos a coordenação para colocar cadeado, fechar todo dia, mas nunca fomos atendidos. A gestão do posto não demonstra zelo com o lixo hospitalar e, hoje, eu sequer consigo falar com a coordenação, porque estou bloqueado no WhatsApp. É um espaço público, não faz sentido impedir a comunidade de cobrar solução”, afirmou.

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As irregularidades observadas descumprem normas de armazenamento temporário de resíduos infectantes e materiais químicos, como medicamentos vencidos, considerados de risco biológico e ambiental. As falhas também podem configurar infração sanitária, sujeita a penalidades segundo a Lei nº 6.437/1977. A comunidade cobra intervenção imediata da Secretaria Municipal de Saúde e medidas de segurança que impeçam novos episódios de exposição de resíduos.

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