Moradores de invasão devem ir para abrigo no Parque de Exposições no Acre

Foto: Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre

Após o início da operação para reintegrar uma área invadida no bairro Irineu Serra, em Rio Branco, na manhã desta terça-feira (15), o governo anunciou que vai utilizar o Parque de Exposições Wildy Viana como abrigo temporário para famílias que não tiverem para onde ir, até que sejam incluídas no Programa Bolsa Moradia Transitória.

Além disso, o governo informou que toda assistência social está sendo prestada aos moradores retirados do local, com disponibilização de transporte para as famílias e para os bens às novas moradias. A área era ocupada irregularmente desde 2021.

O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Alex Carvalho, afirmou que os esforços estão sendo mobilizados no sentido de apoiar essas famílias e não deixá-las desamparadas.

“Estamos todos mobilizados para prestar uma assistência digna a estas famílias que se encontram nesta situação de vulnerabilidade. O governo não deixará as pessoas desamparadas”, garantiu.

Máquinas e spray de pimenta

A reintegração de posse na área de invasão chamada popularmente de Terra Prometida, no bairro Irineu Serra, em Rio Branco, começou na manhã desta terça-feira (15) com muito tumulto. Já nas primeiras horas do dia, agentes da Segurança Pública chegaram ao local e aguardavam para derrubar as casas.

Com a chegada das máquinas ao local, os moradores tentaram fazer um bloqueio e a Polícia Militar usou spray de pimenta. Um homem aparece nas imagens sendo agredido por policiais militares.

Pelas imagens, é possível ouvir gritos de ordem dos manifestantes. A entrada das máquinas foi marcada por confusão. Os moradores tentaram impedir e foram contidos. Eles também usaram barreiras feitas de pneus. Além de spray de pimenta, foi usado gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Algumas pessoas se desesperaram com a derrubada das casas.

Ordem da Justiça

O governo do Acre ressaltou que a ação é movida pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE-AC) e que pede a remoção de famílias que ocupam irregularmente as áreas de terra desde 2021.

Além disso, segundo o estado, a tentativa tem sido pelo diálogo, e foi garantido o benefício do aluguel social e a inserção dos moradores junto ao Cadastro Habitacional do Acre, porém, segundo o governo, a maioria optou por recusar as propostas.

“Cumprindo seu dever constitucional e legal de proteção do patrimônio público, o Estado do Acre ajuizou duas ações de reintegração de posse, cujos mandados foram deferidos e a execução foi suspensa por acordo, no qual os ocupantes declararam aceitar a desocupação voluntária em troca do aluguel social. Entretanto, o acordo foi descumprido pelos ocupantes”, disse Érico Barboza, procurador-chefe da Procuradoria do Patrimônio Imobiliário. (G1)

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