Michelle Bolsonaro expõe abandono no Juruá e escancara omissão do governo do Acre

Foto Correio online

Ex-primeira-dama grava vídeo em Cruzeiro do Sul e cobra ponte entre os municípios. Enquanto isso, o governo Gladson Cameli segue em silêncio diante de uma das maiores vergonhas da infraestrutura acreana.

“Enquanto o mal ergue barreiras, nós queremos construir pontes.” Foi com essa frase que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou os olhos do Brasil para o Acre — e, sem citar nomes, expôs um problema que há anos o governo do Estado insiste em empurrar para debaixo do tapete: a ausência de uma ponte que ligue Cruzeiro do Sul a Rodrigues Alves.

Michelle gravou um vídeo durante sua passagem pela região e escancarou, com imagens simples e falas carregadas de indignação, a distância entre as promessas políticas e a vida real das pessoas. “Acredito que sejam menos de 100 metros para fazer essa ponte ligando Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves”, disse, apontando para a travessia de balsa que ainda hoje é a única alternativa de mobilidade entre os dois municípios.

A crítica, embora sutil, recai diretamente sobre o governo Gladson Cameli, que está em seu segundo mandato e, até hoje, não apresentou nenhuma proposta concreta para tirar o projeto do papel. Em 2022, o então candidato à reeleição prometeu estudos e viabilidade técnica. Em 2025, a população continua esperando — invisibilizada.

Uma ferida aberta no meio da floresta

As imagens divulgadas pela ex-primeira-dama mostram a dimensão da vergonha institucional: de um lado, um barranco de terra batida; do outro, um rio largo que separa a população do acesso a serviços básicos. No meio, nada além de uma balsa improvisada.

Michelle sobrevoou a área e provocou. “Vejam a realidade de um povo que, além de sofrer com a falta de acesso, ainda é invisibilizado, segregado e humilhado. A quem interessa manter essa distância?”

A fala viralizou entre moradores do Juruá, que enxergaram na visita uma esperança — mesmo que simbólica — de serem ouvidos. A ponte entre Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves virou um símbolo do descaso crônico com o interior do estado, onde obras só chegam em época de eleição e promessas são feitas sem sequer um projeto básico aprovado.

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