Márcia Lopes assume Ministério das Mulheres com missão de reconectar Lula ao eleitorado feminino

Foto Reprodução

O presidente Lula decidiu reformular a estratégia para se reaproximar das mulheres brasileiras, um grupo crucial para sua base de apoio e que tem demonstrado crescente insatisfação com o governo. Para isso, nomeou nesta semana a assistente social e ex-ministra Márcia Lopes para comandar o Ministério das Mulheres, substituindo Cida Gonçalves após uma gestão marcada por polêmicas internas e baixa capilaridade política.

A mudança acontece num momento em que a desaprovação de Lula entre as mulheres atinge o pior índice desde o início do atual mandato. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada em abril, 53% das mulheres entrevistadas avaliavam negativamente o governo, enquanto 43% expressavam apoio — uma reversão do cenário observado em 2022, quando o público feminino foi decisivo na eleição do petista.

Com experiência acumulada nas áreas de assistência e desenvolvimento social, Márcia Lopes chega com a missão explícita de escutar, acolher e reconstruir pontes com o eleitorado feminino em todo o país. Segundo a própria ministra, o pedido de Lula foi direto: fazer com que as mulheres se sintam ouvidas e respeitadas em cada um dos mais de 5.500 municípios brasileiros.

“A tarefa é profunda. Precisamos encarar a realidade das mulheres brasileiras com coragem e empatia. É hora de perguntar diretamente: o que vocês precisam? O que vocês esperam deste país?”, declarou Lopes em seu primeiro discurso oficial.

Estratégia eleitoral em andamento

A nomeação de Márcia Lopes também se insere em uma movimentação mais ampla de Lula para reposicionar sua imagem diante do eleitorado com vistas à eleição de 2026. O presidente tem dado sinais claros de que pretende disputar a reeleição e já iniciou gestos em direção a setores estratégicos, como a classe média, por meio da proposta de isenção do Imposto de Renda, e ao eleitorado do Nordeste, com foco em programas sociais e investimentos.

Quem é Márcia Lopes?

A nova titular do Ministério das Mulheres é professora aposentada da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e tem longa trajetória ligada às políticas sociais. No governo Lula, foi secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e assumiu a pasta durante o governo Dilma, em 2010. Também teve atuação política em Londrina, onde foi vereadora e disputou a prefeitura em 2012.

Em 2022, integrou o grupo de transição do atual governo na área de assistência social e, agora, retorna ao Executivo com a tarefa de resgatar a confiança de um dos públicos mais estratégicos para a base lulista.

Compartilhar