As águas dos mananciais do Acre continuam subindo e mais de treze mil famílias já foram atingidas na capital acreana, segundo dados da Defesa Civil Municipal. O órgão relata ainda que 37 bairros e 15 comunidades rurais sofrem com o transbordamento dos igarapés Batista, São Francisco e Dias Martins, além da cheia do Rio Acre.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, o número atual de famílias realojadas nos abrigos construídos pela prefeitura de Rio Branco já chega a 205.
“Nesse momento o número é muito dinâmico, agora nós temos 205 famílias abrigadas nos abrigos da prefeitura, totalizando 680 pessoas em abrigos. Nós temos também uma quantidade de aproximadamente mil pessoas desalojadas, mas temos uma quantidade ainda maior de famílias atingidas, que chega a cerca de 14 mil, tanto na zona rural, quanto na zona urbana”, informou.
Mesmo com o nível das águas ainda não atingindo 17 metros, marca do ano passado, o coordenador já adiantou que a cheia deste ano já alcança 70% da registrada em 2023. “O cenário mostra que já atingimos mais da metade, algo em 70% do ano passado. E temos previsão de mais chuvas e as cabeceiras do rio estão enchendo”, declarou.
Medição do rio Acre
Em Rio Branco, o nível do Rio Acre continua subindo e na medição realizada pela Defesa Civil, às 12 horas de segunda-feira, 26, o manancial chegou a cota de 16 m. Na medição das 9H, o rio estava em 15,96m.
O rio passou da cota de transbordo pela primeira vez na noite de sexta-feira, 23, ocasião em que atingiu 14,04 metros, às 18h. Segundo a Defesa Civil do Estado, mais de 300 pessoas foram atingidas com a cheia e transbordamento do rio e dos igarapés na capital.
Interior do Estado
Entre as cidades mais críticas está Jordão, que é banhado pelos rios Tarauacá e Jordão. Cerca de 80% da zona urbana foi atingida com o aumento no nível da água. Após parte da cidade ficar sem energia elétrica, a Prefeitura da cidade decretou estado de calamidade pública.
O hospital foi invadido pelas águas e os pacientes precisaram ser levados para um prédio da secretaria de assistência social.
Em Assis Brasil, 340 pessoas estão desabrigadas, 125 desalojadas e quatro bairros afetados. No município, quatro abrigos foram disponibilizados para a população.
A cidade de Brasiléia é outra em que o estado de emergência foi decretado. Às 9h desta segunda-feira, 26, o manancial marcou 13,98 metros, também acima da cota de transbordo de 11,40 metros. No município, são 1.540 desabrigados em 10 abrigos e 1.256 desalojados.
Plácido de Castro, há 22 pessoas desabrigadas, também há 200 pessoas desalojadas e foram 13 bairros atingidos. Dois abrigos estão preparados para quem precisar no local.
Em Epitaciolândia, 1.010 pessoas estão desabrigadas, 750 desalojadas em 3 bairros atingidos. Oito abrigos foram montados para receber os desabrigados. Na medição das 6h desta segunda, o nível do rio estava em 13,87 metros, mais de dois metros acima da cota de transbordo de 11,40 metros.
Já em Xapuri, cidade natal do líder seringueiro Chico Mendes, o manancial começou a invadir a cidade. Na segunda, 26, às 7h, o nível estava em 14,52 metros, mais de um metro acima da cota de transbordo de 13,40 metros.
Tarauacá, nesta segunda-feira, 26, o nível do rio às 6h está em 10,80 metros, mais de um metro acima da cota de transbordo, que é de 9,50 metros. Pelo menos 125 pessoas estão desabrigadas no município, sendo 24 famílias em um abrigo público na cidade.
Em Santa Rosa do Purus, 359 pessoas estão desabrigadas, e 960 pessoas estão desalojadas. Três abrigos foram preparados e um bairro foi atingido na cidade.