O Brasil enfrenta um desafio significativo na gestão de seus recursos hídricos: 37,78% da água potável distribuída é perdida antes de chegar às residências, o que equivale a cerca de 7 bilhões de metros cúbicos por ano — volume suficiente para abastecer 54 milhões de pessoas.
Na Região Norte, os índices são ainda mais alarmantes. O Acre ocupa a segunda posição entre os estados que mais desperdiçam água tratada, com perdas de 66,61%, ficando atrás apenas do Amapá. Esse desperdício equivale a 52 piscinas olímpicas de água potável por dia, o suficiente para atender aproximadamente 297 mil pessoas.
A capital acreana, Rio Branco, também apresenta um cenário preocupante. Com perdas de 56,69% na distribuição de água, a cidade está entre as dez capitais brasileiras com os piores índices nesse quesito. Apesar disso, houve uma redução significativa em relação a 2023, quando a perda era de 70,72%.
As principais causas dessas perdas incluem vazamentos em redes antigas, erros de medição e ligações clandestinas. Esses problemas não apenas elevam os custos operacionais, mas também impactam o meio ambiente e dificultam a ampliação do acesso à água tratada.
A situação é ainda mais crítica nas áreas rurais do Acre, onde 99% das moradias não têm acesso à rede geral de água tratada.
Os dados constam no Estudo de Perdas de Água 2024, publicado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados. Esse levantamento utiliza dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), com ano-base de 2022, e apresenta uma análise abrangente sobre as perdas de água tratada no Brasil, incluindo dados nacionais, regionais e estaduais, com destaque para o Acre.